Ideli cobra que também se investigue conteúdo do dossiê
A líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), em entrevista à imprensa na manhã desta quinta-feira (21), questionou por que o PSDB quer investigação "apenas de um lado da moeda" e não defende a verificação das denúncias contidas no dossiê que supostamente comprometeria os candidatos tucanos à Presidência, Geraldo Alckmin, e ao governo de São Paulo, José Serra.
A líder do partido também desqualificou a ação do senador Heráclito Fortes (PFL-PI) de pedir a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar as organizações não-governamentais ligadas ao PT. Para ela, isso é "um factóide" e o dossiê deve ser analisado pela CPI dos Sanguessugas, já que, a seu ver, o assunto é correlato, pois os documentos são sobre as gestões de Serra e Barjas Negri no Ministério da Saúde.
O dossiê teria sido preparado por Luiz Antônio Trevisan Vedoin, acusado de comandar a máfia das ambulâncias, e integrantes do PT estão sendo acusados de tentar comprar e divulgar o seu conteúdo para ligar os tucanos à máfia.
- O mais coerente é que o PSDB tenha uma posição de investigar a gestão José Serra-Barjas Negri no Ministério da Saúde, da mesma forma que nós nos investigamos, com uma posição mais forte que até agora não estamos vendo dos tucanos - alegou Ideli.
A líder destacou a atuação que classificou de "forte e firme" do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e da Polícia Federal nas averiguações sobre o assunto. A PF já descobriu de quais bancos foram sacados os montantes apreendidos com Gedimar Pereira Passos e Valdebran Carlos da Silva Padilha (Bradesco, Bank Boston e Safra) e está investigando de onde saíram os dólares. Para a senadora, a PF está a um passo de descobrir de quais contas o dinheiro foi sacado.
O presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), foi afastado da coordenação da campanha à reeleição de Lula após admitir que sabia que integrantes do partido teriam procurado arevista Época para oferecer "uma pauta de interesse jornalístico". Em nota, a Época informou que os petistas Oswaldo Bargas e Jorge Lorenzetti haviam sondado a revista, pouco antes de as denúncias virem à tona, sobre o interesse de Época publicar denúncias contra Serra.
- Berzoini não tinha condições de exercer o papel de coordenador de campanha, seu afastamento era extremamente necessário. Quanto à continuação na presidência do partido, é o diretório nacional do PT que vai decidir, e não há reunião marcada nos próximos dias - informou a senadora.
Ideli também criticou a tentativa de impugnação da candidatura do presidente Lula à reeleição, que, em sua opinião, trata-se de "marola, não tem base jurídica e tem fins claramente eleitorais". Ela disse que o partido está preparado para ganhar "no primeiro, no segundo, no terceiro e em todos os turnos e returnos que a oposição quiser". Mais uma vez, a senadora ressaltou que todos os culpados serão punidos.
- Tenho convicção de que a investigação vai trazer a público a origem do dinheiro dessa operação desastrada, desnecessária e abominável - disse.
21/09/2006
Agência Senado
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