Ideli destaca visita de Celso Amorim à Bolívia



A líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), comentou nesta terça-feira (23) viagem recente do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, à Bolívia, ressaltando a retomada das negociações com o governo boliviano sobre a crise do gás. Amorim, disse a senadora, deixou claro ao presidente da Bolívia, Evo Morales, que o Brasil "não engoliu" a maneira como foi feita a nacionalização da produção e exploração das reservas de gás naquele país.

- Nessas tratativas diplomáticas, o ministro, de forma clara e contundente, mostrou a posição do Brasil com relação à energia e ao gás em particular: posturas bravateiras não adiantam - afirmou a senadora.

Ideli registrou ainda afirmação do ministro de que questões técnicas e empresariais, como o reajuste do preço do gás, não seriam tratadas entre governos e que a Petrobras não sairia do país sem a devida indenização.

A senadora frisou que "não é tão fácil" quanto o presidente boliviano quis fazer crer modificar as relações de dependência existentes entre o Brasil e a Bolívia na questão do gás. Ela ressaltou que não se trata apenas da produção da Petrobras, que poderia, no médio e longo prazo, ser substituída pela PDVSA venezuelana, mas do mercado consumidor do gás produzido na Bolívia, do qual o Brasil é o maior comprador.

Ideli salientou que, independentemente do rumo das negociações, o Conselho Nacional de Política Energética vem adotando medidas alternativas desde antes da crise com a Bolívia. Uma delas é o recebimento de gás natural liquefeito de outros três países. Outra alternativa seria a aceleração da produção nas bacias de gás brasileiras, com previsão de geração de 24 milhões de metros cúbicos por dia em dois anos, além da substituição, nas usinas termelétricas, do gás pelo álcool.

Apartes

Em aparte, o senador Antonio João (PTB-MS) afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva agiu certo ao optar pela negociação e "não endurecer" com a Bolívia, pois, se tivesse agido assim, logo a Bolívia estaria falida, entraria em guerra civil e a crise afetaria o restante da América Latina, "o que seria muito pior".O senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) felicitou a líder petista e o governo por "atender a soberania do Brasil sem ferir a soberania da Bolívia e ter feito um acordo bom para as duas partes".

O senador César Borges (PFL-BA) disse que o Brasil precisa defender os interesses da soberania brasileira e não boliviana. O senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) disse que, se o governo tivesse tomado medidas acertadas há dois anos, não teria passado por "esse suplício" com a Bolívia.

23/05/2006

Agência Senado


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