Ideli diz que senadores da oposição não foram censurados



A senadora Ideli Salvatti (PT-SC) lamentou que o senador Jorge Bornhausen (PFL-SC) tenha acusado a Rádio Senado de ter censurado discursos de senadores, dizendo que "alguém que foi governador biônico e ministro da ditadura militar não tem moral para falar em censura". Ela ressaltou que não houve censura por parte da equipe da rádio, que classificou como extremamente profissional, séria e responsável.

O pronunciamento da senadora gerou um debate de mais de uma hora no Plenário. Pedindo a palavra por ter sido citado por Ideli, Bornhausen reafirmou sua opinião de que teve seu discurso censurado, junto com pronunciamentos dos senadores Tasso Jereissati (PSDB-CE) e Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA). Ele também repetiu as críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que teriam motivado a suposta censura.

- Critiquei a ousadia pretendida pelo presidente Lula de defender dignidade, honra e ética no meu estado. E o fiz muito consciente que não era ousadia, era abuso, já que ele não tem autoridade moral, porque permitiu o 'valerioduto', o 'mensalão', os 'vampiros' e os 'sanguessugas'. Quanto às considerações de natureza pessoal feitas pela senadora, deixo de responder porque ela não merece resposta - rebateu Jorge Bornhausen.

Presidindo a sessão, o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) lembrou que o presidente Renan Calheiros, na sessão de quarta-feira (2), logo após ouvir a denúncia de que teria havido censura por parte da Rádio Senado, determinou a apuração do fato. Alvaro Dias negou pedido de direito de resposta feito por Ideli, também citada por Bornhausen, o que motivou um repúdio veementemente da senadora.

Ideli ocupou posteriormente a tribuna, em nome da liderança do PT. Ela rechaçou críticas feitas à moral do presidente Lula, salientando que, enquanto os partidos que hoje estão na oposição falam em escândalos, a imprensa noticia que a Companhia Vale do Rio Doce, que foi privatizada por R$ 3,1 bilhões no governo Fernando Henrique Cardoso, teve um lucro de R$ 3,9 bilhões no segundo trimestre deste ano.

Em resposta, o senador Heráclito Fortes (PFL-PI) disse que "felizmente o governo anterior teve a coragem de diminuir o tamanho do estado e acabar com o vertedouro de corrupção", pois, na sua avaliação, se a Vale do Rio Doce continuasse estatal, "seria um prato cheio para o atual governo".

O senador Sibá Machado (PT-AC) posicionou-se contra a censura, tanto na ditadura quanto na democracia, e considerou inaceitável o debate político ser tomado por agressões pessoais.

Reafirmando que foi vítima de censura, Tasso Jereissati comunicou que o próprio diretor da Secretaria de Comunicação Social do Senado, jornalista Armando Rollemberg, o procurou para pedir desculpas pela ausência do seu discurso no programa Voz do Brasil, garantindo que tal fato não se repetirá. Ele também considerou um tipo de censura a tentativa de rotular pessoas e tentar impedi-las de falar porque participaram ou apoiaram o regime militar.

Zuzu Angel

Na abertura de seu discurso, a senadora Ideli Salvatti cumprimentou o Senado pela promoção da pré-estréia do filme Zuzu Angel, realizada na noite de quarta-feira (2) no Auditório Petrônio Portella. Ela também elogiou a Secretaria de Comunicação Social do Senado por ter distribuído, logo após a exibição do filme, a publicação Em tempo real, com fotos e notícias sobre o evento.



03/08/2006

Agência Senado


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