Ideli e Virgílio lamentam 'grave precedente' com eleição de Collor para CI
Os senadores Arthur Virgílio (PSDB-AM) e Ideli Salvatti (PT-SC) lamentaram, nesta quarta-feira (4), a abertura de um "grave precedente" para o Senado, como classificaram a eleição do senador Fernando Collor (PTB-AL) para a presidência da Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI). Pela proporcionalidade, a CI estaria destinada ao PT, que indicou Ideli, derrotada por uma diferença de três votos.
- Queria deixar registrado que lamentamos profundamente que tenha sido quebrada a regra, a lei, a praxe da escolha pela ordem da proporcionalidade - disse Ideli.
Para a senadora, sem a consideração e o respeito que devem mover o jogo político, a política fica com uma "fratura exposta", mostrando a todos o "jogo de interesses" que moveu determinada decisão. Ela disse aceitar a derrota e se posicionou como uma fiscalizadora do governo, já que é integrante da CI.
Arthur Virgílio também criticou a abertura do precedente, e afirmou que, daqui em diante, poderá se fazer "uma balbúrdia" no Senado. Ele lamentou a postura do PTB, que não respeitou a proporcionalidade e levou a escolha para o voto.
- Eu entendo que quem não respeita as regras é algoz hoje e pode ser vítima amanhã - declarou o senador.
Arthur Virgílio também se justificou ao PT e ao líder da bancada, Aloizio Mercadante (PT-SP), a respeito da ausência do senador Marconi Perillo (PSDB-GO) durante a eleição desta manhã, o que representou um voto a menos para Ideli. O parlamentar disse acreditar que ele seria substituído por um suplente do partido na comissão, como o senador Sérgio Guerra (PSDB-PE), e o autorizou a viajar para o aniversário da filha, como justificou Perillo. Entretanto, no entendimento da Mesa, seu substituto foi um senador do bloco DEM-PSDB.
Arthur Virgílio fez ainda duas sugestões em relação à ordem do dia: que os relatórios das medidas provisórias em pauta sejam distribuídos para estudo com pelo menos 24 horas de antecedência e que se formalize, por critérios matemáticos, o rodízio para relatar as MPs. O presidente José Sarney disse que adotará o procedimento.04/03/2009
Agência Senado
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