Para Arthur Virgílio, violência em São Paulo é grave e dispensa jogo de culpa entre autoridades
Olíder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), disse à Agência Senado, nesta segunda-feira (15), desconhecer as razões que levaram o governador de São Paulo, Cláudio Lembo, a dispensar a oferta de auxílio apresentada pelo ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, para o combate às ações violentas desfechadas em todo o estado pela organização criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), que resultaram até agora em mais de 70 mortos, entre policiais e civis, entre os quais vários criminosos.
Para o senador, a situação em São Paulo em princípio talvez justificasse a presença nesse estado das forças especiais da Polícia Federal (PF) - órgão do Ministério da Justiça - treinadas para atuar nesse tipo de emergência. Ressalvou, no entanto, que não dispõe dos elementos para avaliar a decisão do governador paulista em recusar apoio federal.
Arthur Virgílio observou que a situação é grave e de nada adianta jogo de culpa entre autoridades das diversas esferas na tentativa de se desembaraçarem da responsabilidade. Segundo ele, quanto mais rápido o entendimento entre aqueles com capacidade de agir e a efetiva tomada de decisões, melhor para todos os lados.
- Vai quebrar a cara quem enxergar nessa situação uma questão político-partidária -alertou.
Uma possível atuação do Exército neste momento em São Paulo não é bem vista pelo senador. Na sua opinião, as Forças Armadas não possuem preparo para o combate diário e prolongado à criminalidade em ambiente urbano. Segundo ele, isso ficou mais uma vez demonstrado nas recentes ações do Exército para recuperar, em favelas do Rio de Janeiro, armas roubadas de um quartel.
Arthur Virgílio cobra, além de ações repressivas imediatas, um esforço coordenado entre governantes e sociedade para o enfrentamento eficaz da violência em suas causas primárias. Ele aponta desde ações pequenas, no âmbito das prefeituras, para iluminar as ruas, até o aparelhamento, a depuração e a valorização salarial dos quadros policiais. Indica, ainda, a necessidade de políticas sociais abrangentes para evitar o envolvimento das novas gerações com a criminalidade.
- Políticas que nos permitam criar cidadãos e não futuros marginais - afirmou o líder do PSDB.
15/05/2006
Agência Senado
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