Ideli propõe voto de censura a reportagem com críticas a Lula
A líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), anunciou que apresentará requerimento propondo que o Senado faça um voto de censura ao jornal norte-americano The New York Times por ter publicado uma reportagem, assinada pelo correspondente no Brasil, Larry Rohter, na qual afirma que os brasileiros estão se perguntando se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estaria se excedendo em bebidas alcoólicas.
Para ela, a reportagem "é torpe e inverídica" e atinge a figura do presidente brasileiro num momento em que autoridades do Brasil negociam interesses internacionais importantes, como a formação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), ou negocia um acordo de comércio com a Comunidade Européia. "É claro que isso enfraquece a posição brasileira", disse a senadora.
- Não foi uma simples afronta ao cidadão Luiz Inácio Lula da Silva. Foi uma afronta ao presidente da República de uma Nação que começa a incomodar no cenário internacional. Não podemos permitir que os representantes do Brasil sejam achincalhados nas negociações internacionais - sustentou.
Em aparte, o senador Roberto Saturnino (PT-RJ) disse que a reportagem "não vem assim de graça" e busca atingir o país. "Não acredito em simples leviandade. Tem algo muito maior atrás de tudo isso" e que afeta os interesses brasileiros no resto do mundo. Também em aparte, o senador Tião Viana (PT-AC) apoiou a líder petista e sugeriu que o requerimento de censura ao jornal norte-americano tenha as assinaturas de todos os 81 senadores.
A intenção também teve o apoio do líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM).
- A oposição não precisa de muletas de fora para criticar o presidente quando ele errar. Ele tem a nossa solidariedade - observou. Virgílio lamentou que esse tipo de notícia afete a imagem externa do país.
Também em aparte, o senador Cristovam Buarque (PT-DF), que apoiou o requerimento, ponderou que o Senado não deveria polemizar com o jornalista norte-americano.
- Fizeram isso com João Goulart. Não vamos colocar o Parlamento brasileiro à altura do jornalista. O Parlamento está acima disso.
10/05/2004
Agência Senado
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