Ideli rebate críticas aos primeiros meses do governo Lula



A senadora Ideli Salvatti (PT-SC) rebateu a opinião manifestada por alguns senadores de que o governo Luiz Inácio Lula da Silva não teria produzido nada nos seus primeiros nove meses de administração. Ela usou como argumento as reformas encaminhadas ao Congresso pelo próprio presidente, que já foram aprovadas na Câmara dos Deputados e encontram-se sob apreciação do Senado.

- Falam como se as reformas fossem duas questões absolutamente irrelevantes e não imprescindíveis para o país. O governo Lula está fazendo uma reforma tributária ampla, oficial e que está sendo debatida de forma pública Enquanto isso o governo Fernando Henrique Cardoso, de modo sorrateiro nos últimos oito anos, promoveu o maior aumento de carga tributária da história do Brasil, de 26% do PIB para 36% - afirmou Ideli Salvatti.

Outro ponto abordado pela senadora por Santa Catarina foram os elogios ao governo do presidente da Argentina, Nestor Kirchner, sobretudo na relação daquele país com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Ideli observou que, diferente do que foi comentado em Plenário, a negociação envolvendo o país vizinho e o FMI não foi uma demonstração de soberania.

Ideli Salvatti registrou que o governo argentino se comprometeu com o FMI a cumprir todas as exigências feitas, mas, por uma questão eleitoral, pelo fato de o presidente necessitar de apoio para ampliar sua base de sustentação, mascarou a realidade. O governo Lula, ao contrário, comparou a senadora, sequer necessitou assinar um novo acordo com o fundo. Ela acrescentou que se novo contrato com o FMI for assinado será apenas para reservar o dinheiro para que o país possa enfrentar alguma turbulência que possa surgir na economia internacional.

As críticas que Lula recebeu por ter visitado Cuba e não ter assumido publicamente uma posição em favor da democratização daquele país também mereceram comentários de Ideli Salvatti. Registrando que tem muitas discordâncias com o governo do presidente Fidel Castro, ela disse que, pelo que os cubanos já fizeram em favor do Brasil (cessão de vacinas para combater a meningite e do modelo para a implantação de programas de saúde da família), Lula não poderia retribuir com ingratidão.

Em aparte, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) manifestou sua convicção de que Lula, nas conversas reservadas que manteve com Fidel Castro, externou suas preocupações em relação a que o socialismo seja construído de forma democrática, com garantia das liberdades individuais e respeito aos direitos dos cidadãos.



30/09/2003

Agência Senado


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