Inácio Arruda lembra atuação da UNE na luta contra o regime militar



O senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) lembrou, em seu discurso em homenagem aos 70 anos da União Nacional dos Estudantes (UNE), a "participação decisiva" da entidade nos principais momentos da história recente do Brasil, destacando sua atuação na luta contra o regime militar (1964-1985) e pela redemocratização do país.

- A história da UNE sempre esteve ligada à história de lutas do povo brasileiro, deixando sua marca em todos os grandes episódios sociais e políticos do Brasil. Esteve presente em todas as lutas pela liberdade, pela democracia e pela defesa intransigente, mas conseqüente e responsável, dos interesses de nosso país e de nosso povo - disse.

Na hora do expediente desta quarta-feira (4), além da UNE, criada em 13 de agosto de 1937, o Senado homenageou também o Centro Popular de Cultura (CPC), ligado à UNE e criado em 1961, no Rio de Janeiro. A entidade, que reunia artistas de teatro, música, cinema, literatura e artes plásticas, foi fechado pelo regime militar, em 1964. A homenagem foi requerida pelo próprio Inácio Arruda.

O senador afirmou que a UNE foi uma das primeiras entidades no Brasil a defender a democracia, com a organização de grandes atos contra o nazifascismoe a realização de passeatas que contribuíram significativamente para que o governo Getúlio Vargas se posicionasse contra os países do Eixo, durante a 2ª Guerra Mundial.

- Foi no contexto dessa luta que a UNE realizou sua primeira grande façanha. Os estudantes fecharam e ocuparam o Clube Germânia, conhecido ponto de encontro de simpatizantes do nazismo, localizado na Praia do Flamengo, no Rio de Janeiro. Foram protagonistas deste episódio histórico, além da UNE, o Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal do Rio de Janeiro e a Confederação Brasileira dos Desportos Universitários, o CBDU - lembrou.

Inácio Arruda destacou que o posicionamento em defesa dos interesses do povo brasileiro sempre colocou a UNE na mira das "forças retrógradas".

- Em 1945, no apagar das luzes do Estado Novo, a UNE sofreu uma dura perseguição, mas isso não impediu que, já em 1947, empunhasse novamente a bandeira da defesa da soberania nacional e de nossas riquezas, levantando a juventude com a campanha pela criação da Petrobras. 'O petróleo é nosso' foi a palavra de ordem que contagiou estudantes e, depois, toda a sociedade brasileira - recordou.

O senador pelo PCdoB cearense também lembrou que a UNE se solidarizou com as forças progressistas, que se posicionaram contra a tentativa de impedir a posse de João Goulart. Segundo ele, foi nessecenário, "quando as forças do atraso mais uma vez tentaram interferir", que a articulação entre o movimento operário, as lideranças trabalhistas e a UNE se "mostrou imprescindível para conter os atos golpistas".

- Era a época da consolidação do CPC e da primeira UNE-Volante, uma verdadeira caravana que unia eventos culturais à bandeira da reforma universitária. Foi por intermédio da UNE-Volante que o CPC, recém-criado, levou sua mensagem cultural a todas as capitais do país. O principal objetivo era atingir as massas, com arte genuinamente brasileira e engajada - afirmou.



04/07/2007

Agência Senado


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