Indicação de Luiz Awazu para o BC é aprovada por unanimidade



Por unanimidade, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) aprovou na tarde desta terça-feira (13) a indicação do economista Luiz Awazu Pereira da Silva para diretor do Banco Central. A mensagem do presidente da República será agora examinada pelo Plenário do Senado.

Durante exposição aos senadores, Awazu disse que a reação brasileira diante da crise financeira internacional foi rápida e eficiente. Segundo ele, a crise serviu também para comprovar a robustez do tripé da política econômica: metas para inflação, câmbio flutuante e sustentabilidade das contas públicas.

O economista afirmou que os "bons resultados" de nossa política macroeconômica explicam a melhoria de indicadores sociais, como redução da taxa de desemprego e melhoria da distribuição de renda.

Poupança

O senador Antonio Carlos Junior (DEM-BA) manifestou preocupação com o impacto nas contas correntes do país de um eventual agravamento da crise internacional. O problema, como explicou, é que a poupança interna é insuficiente para financiar essas contas e o governo, que gasta muito, nada faz para aumentá-la.

Awazu considerou remotas as possibilidades de crise cambial decorrente de uma eventual dificuldade do Brasil em financiar suas contas correntes, embora tenha reconhecido como baixo o nível de poupança interna. As razões para seu otimismo se baseiam nas reservas elevadas do país e no mecanismo de câmbio flutuante.

Proteção social

Respondendo ao senador Eduardo Suplicy (PT-SP), Awazu reconheceu a contribuição que o senador paulista tem dado nas reflexões em busca de uma transição do Bolsa Família para um sistema mais evoluído de proteção social. Suplicy é autor da proposta da Renda Básica de Cidadania.

O economista destacou também os efeitos da estabilização dos preços sobre os indicadores sociais, explicando que a quantidade de pessoas situadas abaixo da linha de pobreza caiu de 34% para 23% da população, entre 2004 e 2008. Essa redução de 11 pontos percentuais, conforme Awazu, decorre da maneira resoluta como o Brasil conduziu sua política de combate à inflação.

Taxas

Respondendo a questionamento do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), Awazu previu que a evolução da economia estimulará a competitividade entre os bancos, com redução das taxas de serviços e do spread (diferença entre os juros pagos pelos bancos nas aplicações financeiras e os cobrados dos tomadores de empréstimos).

Todos os 18 senadores que integram a Comissão de Assuntos Econômicos, presidida pelo senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), votaram a favor da indicação de Awazu, cujo currículo foi destacado durante a reunião. Ele graduou-se, na França, em Economia e Administração Pública e em Ciência Política e Relações Internacionais. É doutor em Economia Pública na universidade francesa de Sorbonne. Ocupou posição de destaque em várias instituições estrangeiras.



13/04/2010

Agência Senado


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