Indicações de três diplomatas para embaixadas do Brasil recebem pareceres favoráveis da CRE



A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) aprovou, nesta quinta-feira (8), por ampla maioria, pareceres favoráveis a três mensagens presidenciais que indicam nomes de diplomatas de carreira para exercerem o cargo de embaixador do Brasil. As proposições seguem para exame e votação no Plenário do Senado.

A primeira indicação aprovada foi a do nome do ministro de primeira classe Carlos Augusto Rego Santos Neves para preencher o cargo de embaixador do Brasil junto ao Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte.

O relator dessa mensagem, senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), classificou de "excelente" a indicação, pela carreira brilhante que o indicado teve no Itamaraty. Nos diversos postos que ocupou, lembrou o senador, Santos Neves demonstrou reconhecida habilidade e competência. Por isso, disse ainda, as relações entre o Reino Unido e o Brasil, que já são especiais, certamente serão ampliadas e desenvolvidas.

Desde 2003, Santos Neves vinha exercendo o cargo de embaixador brasileiro em Moscou (Rússia) e, cumulativamente, em países limítrofes como Geórgia, Turcomenistão, Belarus, e Casaquistão. Anteriormente, foi embaixador em Ottawa (Canadá) e cônsul-geral em Houston (EUA), onde presidiu a Câmara de Comércio Brasil-Texas.

Conforme informações divulgadas pelo Itamaraty, o Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte representa um dos grandes parceiros comerciais do Brasil. Em 2006, o fluxo comercial bilateral foi de US$ 4,2 bilhões, sendo bastante superavitário para o Brasil, com US$ 2,8 bilhões em exportações e US$ 1,4 bilhão em importações. Em termos de investimentos diretos no Brasil, o Reino Unido ocupa a 15ª posição.

Segundo Santos Neves, o Reino Unido é feliz e próspero, e servirá de experiência para o Brasil.

- Ampliar o comércio e os investimentos, que não fazem jus ao nosso peso econômico, será uma das prioridades do meu trabalho - disse o diplomata.

Suriname

Outra indicação que teve parecer favorável da CRE foi a do ministro de segunda classe José Luiz Machado e Costa para exercer o cargo de embaixador do Brasil junto à República do Suriname. No momento, ele exerce o cargo de ministro-conselheiro em Assunção (Paraguai).

Segundo afirmou o senador Marco Maciel (DEM-PE), durante a avaliação da indicação na CRE, José Luiz Machado e Costa tem grande experiência no Itamaraty e no Ministério da Defesa. O parlamentar disse que, em tempos de integração regional, as relações Brasil-Suriname representarão prioridade importante, porque, segundo Marco Maciel, a tendência do Mercosul é englobar toda a América do Sul, como aconteceu com o Mercado Comum Europeu.

O diplomata indicado observou que o Suriname é um país limítrofe, mas "está de costas para o Brasil" porque suas relações, nos dias de hoje, são especialmente com a Holanda e a Comunidade Caribenha.

Destacou, ainda, que o Suriname não possui rodovias ligando-o ao Brasil, por isso sua integração somente será possível mediante a construção do chamando Arco Norte - interconexão rodoviária que ligará Macapá a Boa Vista, passando por Caiena (Guiana Francesa), Paramaribo (Suriname) e Georgetown (Guiana).

José Luiz Machado e Costa disse que esse complexo de rodovias será muito importante para combater o narcotráfico e outros ilícitos que têm prosperado na região. Lembrou ainda que o Suriname tem grande interesse na cooperação militar com o Brasil, em especial para obter acesso aos dados do Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam), exatamente para que possa patrulhar melhor seu território.

Moçambique

A terceira mensagem presidencial que teve parecer favorável aprovado pela CRE indica o ministro de segunda classe Antonio José Maria de Souza e Silva para exercer o cargo de embaixador do Brasil junto a Moçambique e, cumulativamente, junto ao Reino de Suazilândia e às Repúblicas de Seicheles e de Madagascar.

Souza e Silva afirmou ter sido uma grande satisfação representar o Brasil em Dili (Timor Leste), país que tem significação especial para os brasileiros, segundo o diplomata, por ser mais um país de língua portuguesa no mundo. O indicado disse que sua missão em Moçambique será semelhante, porque considera que as relações com a África detêm grande importância para a formação histórica e cultural do Brasil.

Na avaliação de Souza e Silva, o continente africano, com seus 54 países, está encontrando seu caminho de pacificação e reconciliação nacional, porque, lembrou, a luta armada foi trocada pelo pluripartidarismo político. Informou ainda que, em cinco anos, o comércio do Brasil com os países africanos triplicou, atingindo US$ 5 bilhões por ano.

- Em relação a Moçambique, o fator cultural será muito favorável, facilitando nossas relações. A Embrapa e a Fiocruz já estão presentes, a Vale do Rio Doce explora minas de carvão, e a Camargo Corrêa constrói uma hidrelétrica. Há, também, em andamento, vários projetos em Educação e na área do Judiciário - disse Souza e Silva.



08/11/2007

Agência Senado


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