Indústria supera patamar anterior à crise, diz CNI



A indústria brasileira já superou a crise e já está operando em um patamar superior ao de setembro de 2008, data que marca o início dos problemas no mercado financeiro global. A afirmação é do gerente executivo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco, com base nos Indicadores Industriais, divulgados nesta quarta-feira (5), pela entidade.

O faturamento da indústria cresceu 12%, as horas trabalhadas na produção aumentaram 6,5% e o emprego teve expansão de 2,8% no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2009, informam os Indicadores Industriais. “A crise ficou para trás”, afirmou o gerente-executivo da Unidade de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco.

O economista explicou que o desempenho excepcional da indústria no primeiro trimestre é resultado da antecipação do consumo, provocado pelo anúncio do fim de reduções tributárias. A extinção dos incentivos fiscais, adotados pelo governo para reativar a economia durante a crise, deve reduzir o ritmo de crescimento da atividade industrial. Além disso, o aumento dos juros de 8,75% para 9,5% ao ano, anunciado na semana passada pelo Banco Central, terá impacto na economia a partir do segundo semestre.

Mesmo assim, acrescentou Castelo Branco, o cenário é favorável ao crescimento da economia em 2010. “A recuperação da demanda e da economia mundial, a expansão do emprego, o crescimento da renda e a retomada do investimento doméstico permanecerão”, disse. Ele lembrou que, no setor de construção civil, os benefícios tributários permanecem até o fim do ano. “Por isso, a demanda nesse segmento deve continuar aquecida.”

Mesmo que o cenário mude, indicadores da atividade industrial acumulados no primeiro trimestre de 2010 são superiores aos registrados ao longo de 2009. Conforme cálculos do economista da CNI Marcelo de Ávila, se o faturamento da indústria não tiver nenhuma expansão até dezembro, o crescimento acumulado no primeiro trimestre será suficiente para o indicador fechar 2010 com alta de 8,8% em relação a 2009.

Situação semelhante pode ocorrer com as horas trabalhadas e o emprego. Segundo Ávila, mesmo sem crescer, as horas trabalhadas no primeiro trimestre deste ano garantirão um crescimento de 6,2% do indicador no fechamento do ano. No emprego, o aumento será de 3,4% em 2010 na comparação com 2009.

Fonte:
Confederação Nacional da Indústria (CNI)

 



06/08/2010 03:24


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