Inpe mostra na sexta (11) dados sobre ocupação pecuária na Amazônia
No Centro Regional da Amazônia do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em Belém (PA), serão apresentados na sexta-feira (11) resultados do TerraClass, projeto que mostrou a ocupação pela pecuária da maioria das áreas desflorestadas na Amazônia.
Em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o Inpe mapeou os 18% do bioma Amazônico já desmatados, gerando uma classificação dos diversos usos e situações, em cada um dos nove estados da região. As análises foram feitas a partir de informações resultantes do levantamento detalhado do desflorestamento ocorrido até 2008, obtidas pelo Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal (Prodes), do Inpe.
Para a execução do projeto TerraClass foram mobilizadas as equipes do Centro Regional da Amazônia (CRA) do Inpe e da Embrapa Amazônia Oriental, ambos situados em Belém, e da Embrapa Informática Agropecuária, em Campinas (SP).
Pastagens
Dentre os resultados obtidos, o relatório do TerraClass aponta que nas áreas desflorestadas na Amazônia até o ano de 2008, correspondente a 719 mil quilômetros quadrados, a cobertura de maior abrangência está associada às áreas de pastagem. Elas totalizam aproximadamente 447 mil quilômetros quadrados, distribuídos em 335 mil de Pasto Limpo (áreas de pastagem em processo produtivo com predomínio de cobertura de espécies gramíneas), 63 mil de Pasto Sujo (áreas de pastagem em processo produtivo com predomínio de vegetação herbácea e cobertura de espécies gramíneas associada à vegetação arbustiva), 48 mil de Regeneração com Pasto (áreas que estão no início do processo de regeneração da vegetação nativa, caracterizadas pela alta diversidade de espécies vegetais) e 594 quilômetros quadrados de Pasto com Solo Exposto (áreas que apresentam uma cobertura de pelo menos 50% do solo exposto).
As áreas de vegetação secundária, ou capoeiras, correspondem a 151 mil quilômetros quadrados. Elas encontram-se em processo avançado de regeneração da vegetação arbustiva ou arbórea, ou foram utilizadas para a prática da silvicultura (plantio de árvores) ou agricultura permanente com o uso de espécies nativas ou exóticas.
Na calha norte do Rio Amazonas as áreas de capoeira são predominantes no cenário desflorestado. Isso em função da forte presença da agricultura itinerante na região, onde as áreas regeneram naturalmente depois dos ciclos agrícolas.
O Terraclass também mostra 35 mil quilômetros quadrados de Agricultura Anual nas áreas desflorestadas da Amazônia Oriental. Nessas áreas predominam culturas de ciclo anual, como grãos, com emprego de padrões tecnológicos elevados, tais como o uso de sementes certificadas, insumos, mecanização, entre outros. A atividade tem destaque no estado do Mato Grosso, onde as áreas desflorestadas foram substituídas por agricultura anual em 15%, enquanto que no comparativo geral da Amazônia este percentual é de apenas 5%. O Amazonas é o que apresenta maior área de Floresta Amazônica.
Pará
Nas áreas desflorestadas no estado do Pará, o predomínio é de áreas com coberturas por pastagens com 62% (o mesmo da Amazônia). Do total de áreas mapeadas como mineração na Amazônia, quase a metade delas encontra-se no Pará.
As áreas de floresta do Pará estão em torno de 888 mil quilômetros quadrados, correspondendo a cerca de 70% da área total. Mas é no estado do Amazonas que está a maior área, proporcional e em número absolutos, de Floresta Amazônica.
Todos os números e mapas apontados pelo projeto Terraclass, segundo o Inpe, serão distribuídos em mapas digitais detalhados, permitindo a avaliação do uso da terra em diferentes recortes espaciais (regional, estadual, municipal), informação segura para a formulação de políticas públicas para a região.
Os dados do mapeamento realizado pelo TerraClass, assim como o sumário executivo do estudo, estão disponíveis no site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.
Fonte:
Inpe
10/11/2011 11:14
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