Inspetora diz que PCC é uma questão de soberania nacional



Em audiência na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) nesta quinta-feira (25), a chefe do Setor de Investigação da Delegacia de Repressão a Entorpecentes do Rio de Janeiro, inspetora Marina Maggessi, afirmou que o Primeiro Comando da Capital (PCC) - a organização criminosa que assustou São Paulo com os ataques a agentes de segurança e ônibus, o que resultou na morte de mais de 130 pessoas - não é um problema de São Paulo, mas, sim, uma questão de soberania nacional.

A inspetora citou o exemplo do delegado Godofredo Bittencourt, de São Paulo, que assumiu como erro a transferência de integrantes do PCC para outros presídios brasileiros. Com isso, eles puderam "fazer escola" e "plantaram uma metástase no Brasil". Segundo Marina Maggessi, todas as instituições deveriam fazer essa mea culpa e assumir os erros. A delegada criticou a posição da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) contrária às revistas de advogados em prisões, como sugeriu o governador Cláudio Lembo durante a crise:

- Por que a OAB se coloca acima do bem e do mal na hora de ter os advogados revistados no presídio? Por que eles se consideram mais honestos ou éticos que a mãe do preso, que se submete à revista? A justificativa de que a maioria dos advogados é honesta não é argumento. A maioria da população também é honesta. Vamos sair dos castelos e vamos sedimentar essa massa crítica que estou vendo se formar no Brasil e no meu estado - afirmou.

Marina Maggessi revelou que o número de mortes entre a população policial é 14 vezes maior que entre os civis. Segundo ela, as mortes em São Paulo chocaram porque foram "no atacado".

- No Rio, as mortes são no varejo, dois ou três policiais morrem todo dia - informou.

A investigadora também disse que a mídia ajuda a criar uma imagem perigosa do bandido, que não corresponde à verdade, e que há um movimento de aproximação da favela com a polícia carioca atualmente. Ela acredita que alguns policiais induzem jornalistas, pesquisadores e estudiosos a adotarem essa postura de supervalorização de alguns criminosos.

- Quem fala mal da polícia é a polícia - enfatizou.



25/05/2006

Agência Senado


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