Integração da América Latina só avançará com parceria entre governos e sociedade, diz pesquisa
Uma pesquisa preliminar organizada pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) concluiu que a integração regional na América Latina só será possível se houver uma parceria entre os governos, a sociedade, as entidades civis organizadas e os empresários.
As conclusões iniciais da pesquisa intitulada Labmundo (Laboratório do Mundo), uma parceria dos departamentos de Sociologia, Ciência Política, Medicina, Engenharia e de História da UFBA, serão entregues nesta sexta-feira (29) para o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, em reunião no Itamaraty.
Por dois meses, pesquisadores de várias áreas viajaram de carro pela Colômbia, Paraguai, Argentina, Bolívia, Venezuela, Uruguai, Chile, Peru e Equador, além do Brasil. No grupo havia representantes de várias áreas para que os setores considerados essenciais – educação, saúde, relações internacionais e transportes – fossem observados.
“A integração regional não é tema só de Estado ou governo. Mas da sociedade, das universidades, dos empresários e das organizações não governamentais”, afirmou o coordenador da pesquisa, Felippe Ramos, professor de Relações Internacionais do Departamento de Sociologia da UFBA.
Para os pesquisadores, o intercâmbio entre esses países deve ser econômico, físico e intelectual. Além disso, eles acreditam que é fundamental estimular o intercâmbio de pesquisas entre as universidades latino-americanas de tal forma que seja possível criar estratégias para parcerias, como , por exemplo, na área de biodiesel.
Na pesquisa, também concluíram que é necessário estabelecer um canal de informações que permita fluir o que está em desenvolvimento em cada área. Para a coordenação da pesquisa, nos dois casos é essencial que o Estado atue diretamente.
Os pesquisadores defendem ainda o estímulo para o financiamento de obras produzidas na região, de preferência, em edições bilíngues – português e espanhol. Os brasileiros reclamam que a produção nacional é praticamente desconhecida nos países vizinhos.
Por fim, os pesquisadores afirmam que a diferença na qualidade das rodovias surpreende negativamente e indica a inexistência de integração e harmonia na região. De acordo com as observações das viagens, as estradas têm qualidade na Argentina, no Chile, Uruguai, Equador, na Colômbia e Venezuela. Mas apresentam problemas no Paraguai e Peru, além de determinadas áreas do Brasil.
Fonte:
Agência Brasil
29/03/2010 13:09
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