Interrupção de energia reduz produção industrial







Interrupção de energia reduz produção industrial
O encontro, que será na sede da Associação Comercial e Industrial de Joinville (Acij), terá também representantes do Operador Nacional do Sistema (ONS). Eles devem falar sobre as perspectivas do setor para os próximos anos e sobre os investimentos em geração, transmissão e distribuição que estão em curso no Sul do País.

Nos últimos meses, segundo o presidente da Câmara de Energia da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), Albano Schmidt, os empresários do município têm enfrentado dois problemas sérios: as interrupções no fornecimento e as constantes quedas de tensão. Quando há diminuição na voltagem da energia distribuída, motores e máquinas podem ter problemas de funcionamento. "Além disso, os cortes no fornecimento estão ficando mais comuns. E quando isso ocorre, há redução de produção e prejuízos", diz Schmidt.

Para resolver o problema, diz, deverão ser colocadas em prática uma série de ações. Uma delas, já concretizada, foi a inauguração da subestação construída pela Eletrosul em Itajaí. O empreendimento, ligado à subestação de Blumenau por uma linha de 36 quilômetros, garante menor variação de tensão na energia que segue para o litoral norte catarinense, área onde estão, além de Joinville, cidades do porte de Jaraguá do Sul e Blumenau. Schmidt, no entanto, acha que isso não é o suficiente. Segundo ele, a solução dos problemas depende também de novos investimentos em geração, principalmente em usinas térmicas.


Investimentos de R$ 335 milhões em água e esgoto
Paraná e Santa Catarina devem aplicar R$ 335 milhões em recursos públicos na melhoria dos serviços de abastecimento de água e tratamento de esgoto nos próximos dois anos. O empenho é pela melhoria da qualidade de vida da população e valorizar o setor turístico das regiões litorâneas dos dois estados.

Em território catarinense, que tem uma das piores coberturas de rede de esgoto do Brasil, a iniciativa privada investe recursos próprios para suprir as carências. No Paraná, as obras de melhoria nos principais pontos turísticos do litoral devem começar em abril deste ano e contam com recursos que o governo do Estado arrecadou junto ao governo japonês, através do Projeto de Saneamento Ambiental do Paraná (Paranásan).

A aplicação de recursos no Paraná será da ordem de R$ 145 milhões, para solucionar antigo problema da falta de água e tratamento de esgoto de moradores e turistas do litoral. Serão aplicados na ampliação das redes de abastecimento de água e de coleta de esgoto de alguns dos mais populosos e procurados pontos turísticos da região: as cidades de Matinhos, Guaratuba, Morretes, Pontal do Paraná e Guaraqueçaba. Os resultados esperados são praias mais limpas e água correndo nas torneiras mesmo quando as populações destas cidades aumentam em vários milhares de pessoas durante a temporada de verão (dezembro/fevereiro). Por conta disso, há uma grande expectativa de crescimento no setor turístico nos locais beneficiados.

Guaratuba é um bom exemplo das transformações esperadas. Para se ter uma idéia da expectativa, a secretária de turismo do município, Nilza Borges, faz a previsão otimista de um aumento de 60% no fluxo de turistas na cidade já para o próximo ano durante a temporada.

Os recursos do Paranásan são administrados pela Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) e foi criado para beneficiar o litoral e também a Região Metropolitana de Curitiba com obras de abastecimento.

Em Santa Catarina, saneamento é problema sério. A Fundação Estadual do Meio Ambiente (Fatma) afirma que apenas 3,8% dos 293 municípios têm rede de esgoto e 8,5% da população é atendida. Há projetos para elevar este percentual de atendimento a 25% até 2003. Para isso, calcula-se que seriam necessários R$ 190 milhões. “Estes recursos estão em fase de contratação”, diz o diretor de expansão da Companhia de Águas e Saneamento de Santa Catarina (Casan), Josué Dagoberto Ferreira.

No litoral catarinense a poluição está prejudicando o turismo e exigindo ações dos próprios empresários do setor. Devido à poluição, em menos de dois meses aumentaram em mais de 100% os pontos impróprios para banho. Na primeira semana de dezembro, o relatório de balneabiliade das praias catarinenses apontou 25 áreas impróprias ao banho. O último relatório, em 25 de janeiro, apontou 55 pontos. Destes, 19 ficam em Florianópolis.

Situações como esta obrigam o capital privado a suprir a falta de ação do governo catarinense. Um exemplo vem do grupo Palmar, que investiu R$ 2,5 milhões para instalar a rede de esgoto no empreendimento imobiliário que atenderá 14 mil pessoas na praia de Palmas do Arvoredo, na cidade de Governador Celso Ramos, na Grande Florianópolis.



Porto de Itajaí tem movimento recorde
O crescimento recorde de movimentação de cargas do porto de Itajaí -31% no ano passado atingindo as 2,7 milhões de toneladas - e as previsões de novos recordes tornou necessário investir no reaparelhamento do porto e a contratação de novos trabalhadores.

Para agilizar a movimentação, Itajaí recebeu na última segunda-feira do Teconvi S/A três empilhadeiras finlandesas da marca Kallmar e a chegada de mais quatro está programada para hoje.

O Teconvi é uma sociedade de propósito específico controlada pela construtora paranaense Andraus e que foi criada para administrar o Terminal de Contêineres (Tecon) do porto de Itajaí após o processo de arrendamento.

Os primeiros equipamentos foram entregues oficialmente na manhã da última segunda-feira e deverão entrar em operação ainda nessa semana, após os últimos ajustes técnicos. Já as outras máquinas estão a bordo do navio Columbian Express. De acordo com a gerência de programação do porto, a chegada do cargueiro está prevista para dia 5 de fevereiro. Para o final de março, segundo informa o diretor do Teconvi, Jonny Kaniak, também está prevista a chegada de dois guindastes modelo Móbile Crane. O início das operações desses equipamentos deve ocorrer em abril.

As sete empilhadeiras são modelo Reachstacker e têm capacidade para movimentação de 45 toneladas cada uma. Kaniak informa que o custo unitário, inclusos os impostos e taxas de importação, foi de US$ 400 mil, ou seja, cerca de R$ 1 milhão, o que totaliza um investimento de mais de R$ 7 milhões. Já os guindastes novos representarão para o Teconvi S/A investimentos de US$ 6 milhões, o equivalente a cerca de R$ 15 milhões. No total serão R$ 22 milhões em investimentos, com o objetivo de tornar a operação portuária catarinense mais competitiva e em condições de buscar novas cargas em outras regiões.

Segundo Kaniak, são equipamentos que agilizarão significativamente as operações no terminal, com um incremento nas operações que poderá atingir a marca dos 50%.

Com relação a novas contratações, em fevereiro o Conselho de Supervisão do Órgão Gestor de Mão-de-Obra (OGMO) reúne-se para avaliar o pedido da administração do porto de Itajaí, da Intersindical dos Trabalhadores e do Sindicato dos Estivadores para aumentar o atual contingente de trabalhadores avulsos. "Será preciso aumentar a mão-de-obra para atender a movimentação de cargas refrigeradas e de sacaria. A meta do porto é movimentar esse ano 300 mil toneladas de açúcar refinado - 50 mil toneladas em 2000 - o que exige aumento do número de estivadores", diz Airoso.

Nas cargas refrigeradas e frigorificadas, item cuja mão-de-obra também está deficitária, os aumentos verificados no ano passado ficaram em 169%, nas exportações de suínos e, em 87%, nos embarques de aves.
Para o superintendente do porto de Itajaí, Amílcar Gazaniga, a abertura dessas novas vagas no cais de Itajaí é apenas o início de uma nova fase no que diz respeito à geração de empregos na cidade. "O contingente atual da estiva em Itajaí gira entre 350 e 400 homens". Ele não precisou o número de vagas que serão abertas, pois a decisão é do OGMO, mais estima em no mínimo 50.



Cresce no Sul pagamento por produtividade a executivos
Pouco menos de 20% das grandes empresas do país, entre elas as da Região Sul, já adotaram algum Programa de Remuneração Variável (PRV) de seus executivos, como participação nos lucros, bônus, gratificações por produtividade, além de viagens de estudo ou turismo.

A informação é de uma pesquisa concluída no ano passado pela Andersen Brasil, braço da empresa de consultoria Arthur Andersen especializado na área de recursos humanos.

"A remuneração variável é uma tendência cada vez mais crescente nas empresas modernas, que estão deixando de pagar pela função que o profissional exerce e passando a remunerar por sua habilidade e competência", afirma o professor paulista Vicente Picarelli Filho, sócio da Andersen.

Considerado uma das maiores autoridades da área, em todo o país, Picarelli Filho proferiu palestra ontem, em Curitiba, para cerca de 100 executivos de recursos humanos de grandes empresas instaladas no Paraná, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. O evento, realizado no Hotel Four Points Sheraton, foi promovido pela Telepar Brasil Telecom e a Starhunter, empresa curitibana que atua como ''caça-talentos" de executivos para grandes empresas.

De acordo com a pesquisa da Andersen, das empresas brasileiras que já adotaram a remuneração variável, a maioria (54,8%) oferecem participação nos resultados e nos lucros. As demais formas desse tipo de pagamento praticadas são bônus ou gratificações (47,96%), previdência privada (28,57%), remuneração por vendas (26,53%) e participação acionária (11,22%).

A pesquisa foi realizada no primeiro semestre de 2001, entre 98 companhias de grande porte de todo o País -39 delas da região Sul.

A lei federal 10.101/94 concede incentivos fiscais para empresas que dão a seus funcionários participação nos resultados. Além disso, ao conceder essa participação, elas ficam livres do pagamento de encargos sociais (como INSS e Fundo de Garantia por Tempo de Serviço - FGTS), que podem representar um acréscimo de até 55% sobre o que o funcionário efetivamente recebe.

Picarelli Filho enumera outras vantagens do sistema: ele atrai executivos com postura mais agressiva para a obtenção de resultados, incentiva esses funcionários a extrapolar o desempenho e contribuir para o sucesso do negócio, oferece bases de comparação mais objetivas entre os funcionários e geralmente é visto como mais justo, porque cada um ganha de acordo com sua competência.

Segundo ainda Picarelli Filho, os programas de remuneração variável podem servir para todos os níveis funcionais de uma empresa, mas ainda são mais comuns para os cargos gerenciais. Hoje, o sistema mais adotado é o híbrido, que combina a remuneração clássica (com base no cargo ocupado) com adicionais que premiam pelo conhecimento, a habilidade e a competência do funcionário.

De acordo com o consultor, antes de implantar um PRV, a companhia precisa ter objetivos, metas e sistemas de gerenciamento claros. Também é necessário o estabelecimento de indicadores capazes de medir com exatidão o desempenho de funcionário e setores.

A Brasil Telecom, holding de telefonia fixa que opera no Sul, Centro-Oeste e parte do Norte do País, adotou sistemas de PRV desde 1999, quando o governo federal privatizou a telefonia. A empresa promove a participação dos funcionários nos resultados, com base em indicadores operacionais e de qualidade dos serviços. Bônus complementares premiam seus executivos. "Com isso, vemos todas as pessoas direcionadas para o mesmo lugar, para um objetivo comum'', resume João Luiz Carvalho, diretor corporativo de Recursos Humanos da Brasil Telecom. A holding emprega 7,8 mil pessoas, das quais 4 mil estão nos três estados do Sul.


Fórum continua em Porto Alegre
O Conselho Internacional do Fórum Social Mundial decidiu ontem a tarde, por votação unânime, eleger Porto Alegre como sede do evento em 2003. Assim, a capital gaúcha continuará, no próximo ano, sendo a "capital social do mundo". O conselho é formado por 100 representantes de organizações não governamentais de diversos países e organismos internacionais que, em contra ponto ao Fórum Econômico Mundial, resolveu criar o Fórum Social Mundial. Porto Alegre foi considerada pelo conselho como a "cidade ideal" para sediá-lo em 2003.

Enquanto isso, a Fundação Porto Alegre Convention And Visitors Bureau, que representa o trade do turismo de eventos da capital gaúcha está pleiteando a fixação da cidade como sede permanente do encontro. "É um grande negócio para Porto Alegre e para o Rio Grande do Sul. Temos a previsão de 60 mil pessoas participando do evento, que começa nesta quinta feira, com um previsão de arrecadação em torno dos R$ 60 milhões", disse o presidente executivo da fundação, João Luiz dos Santos Moreira.


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A democratização do microcrédito
José Arthur Assunção

Nós, brasileiros, somos empreendedores por natureza. O risco proveniente da atividade empresarial parece estar no sangue. No entanto, os negócios, de modo geral, são mal planejados ou mal administrados. Por isso, apesar de um número imenso de empresas serem abertas a cada dia, outro número não menos imenso fecha também todos os dias.

Para que esse quadro se reverta e o tão esperado desenvolvimento sustentável enfim ocorra, torna-se necessário não somente o fornecimento do crédito, mas um acompanhamento efetivo da atividade exercida pelos microempreendedores, responsáveis pela maioria dos postos de trabalho existentes no Brasil.

A solução para esse impasse é incrementar um tipo de financiamento ainda embrionário no país, o microcrédito, que já se constitui em realidade promissora em muitos países do mundo. O que faz essa modalidade de crédito diferenciar-se das demais é o acompanhamento passo-a-passo da empresa como também o treinamento disponibilizado.

Não basta financiar a máquina de costura, é preciso principalmente acompanhar a costureira desde o início, dando-lhe o suporte necessário e verificando se o dinheiro está sendo empregado realmente na atividade-fim proposta no contrato inicial. Seguindo essa logística, diminui sensivelmente a possibilidade de quebra do negócio.

No entanto, para financiar os microempreendedores atualmente contamos apenas com Organizações Não-Governamentais e Sociedades de Crédito ao Microempreendedor, que movimentarão cerca de R$ 20 milhões em 2002, provenientes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Mas esses recursos são ainda irrisórios se comparados, por exemplo, ao que é movimentado pelo Grameen Bank, de Bangladesh, que empresta cerca de US$ 1 bilhão por ano nessa modalidade.

A alavancagem do microcrédito somente ocorrerá no Brasil quando houver participação direta das financeiras. Para tanto, é preciso haver vontade política por parte do Governo e das instituições financeiras. Ocorrerá, a partir daí, uma democratização dessa modalidade de financiamento e o natural é que a movimentação de recursos seja infinitamente superior à atual.

Implantar programas de microcrédito como política pública é, sem dúvida, a melhor maneira de inserir os excluídos no mercado de trabalho, dando-lhes não somente apoio financeiro, mas também o suporte técnico necessário para o sucesso do empreendimento.

O microcrédito é bom para todos. Financia a geração de renda e de poupança. Mas para que efetivamente dê resultado e vire realidade é preciso que as financeiras também sejam inseridas no programa do BNDES por contarem com estrutura e pessoal treinado exclusivamente para esse fim, além de estarem muito mais perto do povo do que qualquer outra instituição e atuarem em todo o território nacional.


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01/31/2002


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