Investimentos em segurança são os menores em 30 anos
O presidente da Comissão de Fiscalização e Controle, deputado Berfran Rosado (PMDB), disse ontem, na audiência pública do Fórum Democrático realizada na Câmara de Vereadores de Cachoeira do Sul, que o governo Olívio Dutra foi o que menos investiu na área de segurança pública nos dois primeiros anos de gestão, nos últimos trinta anos. “Não é por menos que existe uma CPI da Segurança Pública”, afirmou Berfran, para quem o descaso do governo com as prioridades estabelecidas pelas comunidades, nos encontros populares, como o Orçamento Participativo e o Fórum Democrático, é um dos responsáveis pelo sentimento de insegurança vivenciado pela sociedade gaúcha.
Segundo dados apresentados pelo deputado Cézar Busatto (PMDB), o governo Triches investiu, nos dois primeiros anos, R$ 16,3 milhões; o governo Guazzelli, R$ 20,8 milhões; o governo Amaral, R$ 34,6 milhões; o governo Jair, R$ 15,4 milhões; o governo Simon, R$ 36,3 milhões; o governo Collares, R$ 24,2 milhões; e o governo Britto, R$ 37 milhões. Enquanto isso, o volume de investimentos do governo Olívio Dutra, segundo Busatto, foi de R$ 6,7 milhões, ou seja, “menos da metade do governo que menos investiu em segurança pública, até então”. Para o deputado peemedebista esta escassez de investimentos, aliada as dificuldades salariais dos servidores da Polícia Civil e da Brigada Militar, é o principal responsável pelo sucateamento do setor.
Também o líder da bancada do PMDB na Assembléia, deputado Paulo Odone, manifestou sua inconformidade com a não-utilização plena dos recursos constantes do orçamento de 2000. Para ele, cada vez que o governo poupa e não aplica recursos disponíveis para a área de segurança, está criando uma “lesão irreparável” na sociedade. “O socorro às vítimas, os assaltos e outras formas de violência cometidas contra a cidadania, resultantes da falta de investimentos, não pode ser recuperada futuramente”, declarou Odone.
Falando em nome da comunidade de Cachoeira do Sul e região, o prefeito Pipa Germano disse que a população está sendo penalizada duplamente, com a falta de recursos para a área de segurança pública. “Primeiro, porque sofre na carne e no bolso o aumento dos índices de criminalidade e depois por ter que buscar alternativas que supram a ausência do Estado”. Em Cachoeira, exemplifica, cresceu sobremodo a contratação de vigilantes particulares.
Como presidente da Famurs, cargo que também ocupa, Germano diz que é vergonhoso ver as comunidades do Vale dos Sinos implorarem ao governo que institua e implante uma política de segurança pública naquela região. “Não basta apenas transferir delegacias e comprar algumas viaturas, é preciso a adoção de uma política eficiente para o setor, pois os cidadãos não suportam mais viver atrás de grades”, concluiu Pipa Germano.
06/27/2001
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