Iris anuncia suspensão do leilão da empresa de energia de Goiás



A Justiça Federal suspendeu a privatização da Companhia Energética de Goiás (Celg), que estava programada para o próximo dia 22, na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, informou nesta terça-feira (30) o senador Iris Rezende (PMDB-GO). A decisão foi fundamentada pela ausência, no edital, de quesitos considerados indispensáveis ao processo de licitação, conforme alegado na ação proposta pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Goiás.

- A decisão da Justiça Federal foi recebida com satisfação em todo o estado. Pesquisas recentes, aliás, mostram que mais de 80% dos goianos são contra a privatização da Celg. É praticamente unânime o repúdio a essa tentativa de passar para a iniciativa privada um dos instrumentos mais importantes, talvez o maior de todos, para a promoção do desenvolvimento econômico e do bem-estar social - disse Iris.

Segundo o senador, especialistas indicam que a Celg poderia valer hoje mais de R$ 2 bilhões, apesar de o governo fixar um preço mínimo de R$ 1,32 bilhão. Para Iris, a insistência em vender a Celg tem como meta conseguir recursos a toque de caixa às vésperas das eleições de 2002. O senador contesta a alegação do governo do estado de que a empresa é deficitária, afirmando que é difícil a Celg dar prejuízo pelo fato de comprar energia de Furnas, Cachoeira Dourada e Itaipu ao preço médio de R$ 49 quilowatt/hora, revendendo para o consumidor a R$ 132. "Uma margem de lucro por quilowatt/hora de 275%", frisou. Na avaliação de Iris, a Celg é altamente viável, já que atende a quase 1,7 milhão de consumidores e fatura a cada ano cerca de R$ 1 bilhão.

De acordo com o senador, ao insistir na tese de que a Celg é deficitária, o governo tem como objetivo tentar justificar a venda de uma empresa pública estratégica para o desenvolvimento de Goiás. A manobra serviria ainda para reduzir o preço a ser obtido no leilão de privatização, facilitando o acesso de grupos privados ao controle da empresa. Em aparte, o senador Álvaro Dias (PDT-PR) anunciou que a 10ª Vara Federal de Porto Alegre concedeu nesta terça-feira (dia 30) liminar a ação popular, de sua autoria, suspendendo o leilão da Companhia Paranaense de Energia (Copel), que ocorreria nesta quarta. O senador Edison Lobão (PFL-AM) declarou ser favorável ao processo de privatização, exceto nos casos da Vale do Rio Doce, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Petrobras.

30/10/2001

Agência Senado


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