Iris defende combate às causas estruturais da desigualdade



"Acredito, sinceramente, que o que o nosso povo almeja não é o cartão de auxílio do governo, mas a ferramenta do emprego, que lhe restitui a dignidade de caminhar com as próprias pernas". A opinião foi emitida pela senadora Iris de Araújo (PMDB-GO), nesta quarta-feira (21), da tribuna do Plenário. Para a senadora, os programas de combate à fome devem atacar também as causas estruturais da desigualdade.

Na avaliação da senadora por Goiás, uma das primeiras medidas a serem tomadas pelo governo deveria ser a redução da carga tributária. Ela acredita que com menos impostos, mais subsídios para a agricultura e projetos voltados para as micro e pequenas empresas o país criará uma base para a criação de milhares de oportunidades de trabalho. Iris afirmou que governos de dimensão histórica são os que vencem o estágio da assistência social e conseguem fomentar a economia e democratizar as riquezas.

Apesar de reconhecer que a boa performance demonstrada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas pesquisas eleitorais deve-se ao conjunto de programas sociais que têm como carro-chefe o Bolsa-Família, Iris de Araújo ressaltou que o Brasil continua um país extremamente carente, tem enorme dívida social e não conta com projetos consistentes de geração de emprego e renda à altura das necessidades da população.

- O governo sabe que são as amplas camadas carentes da sociedade que mais se agregam à pré-candidatura de Lula. Aqui, entretanto, faz-se imprescindível o alerta: que se evite a tentação de usar essas iniciativas como combustível eleitoreiro, pois macularia a democracia. Até porque, embora esses programas englobem hoje muitas famílias, estão longe, muito longe, de alcançar a sonhada justiça social que queremos para o Brasil - afirmou.

Em aparte, o senador Romeu Tuma (PFL-SP) criticou a postura de sucessivos governos de que "primeiro é preciso engordar o bolo, para depois dividi-lo". Ele lamentou que "na espera do bolo crescer, muitos morram pelo caminho". Já o senador João Tenório (PSDB-AL) concordou com a tese de Tuma e de Iris de que a distribuição de renda deve ocorrer paralelamente ao desenvolvimento do país, mas observou que, sem crescimento econômico, isso é impossível. "Não dá para distribuir o que não existe".

21/06/2006

Agência Senado


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