Iris diz que momento é inoportuno para a edição da MP antigreve



O momento escolhido para a edição da medida provisória antigreve se apresenta inoportuno, disse o senador Iris Rezende (PMDB-GO) nesta terça-feira (20), quando a paralisação dos professores universitários já ultrapassa a marca dos 90 dias e, ao mesmo tempo, ainda se mantém o movimento dos servidores do INSS e do Banco Central. Para o senador, a impressão que fica é que o governo quer ampliar as punições e restringir o uso de greve enquanto mecanismo de reivindicação, "o que pode ferir princípios democráticos".

- Um assunto tão delicado quanto o direito dos trabalhadores exige um clima de serenidade para a sua discussão - afirmou.

De acordo com o senador, não será pelo caminho da força que se encontrará uma solução para a greve nas universidades. Iris observou que um governo liderado por um presidente que é professor universitário e por um ministro da Educação que já foi reitor sabe que o desfecho para esse impasse só pode vir por meio do diálogo. O senador pediu que o ministro Paulo Renato reveja, com humildade, sua decisão de encerrar as negociações com os grevistas, como foi noticiado pela imprensa nesta terça-feira.

O senador defendeu uma solução negociada com urgência e lamentou que o movimento esbarre na intransigência do governo. Iris Rezende lembrou que são 40 mil docentes, das 56 universidades federais, que vivem com "minguados salários". Há ainda cerca de 450 mil alunos prejudicados com a suspensão das aulas e um milhão de vestibulandos impossibilitados de fazer suas provas, acrescentou o parlamentar.

Em aparte, o senador Carlos Patrocínio (PTB-TO) concordou com Iris Rezende sobre a necessidade de se esgotar todos os caminhos do diálogo no sentido de agradar a todos os setores envolvidos, inclusive o governo. O senador Ademir Andrade (PSB-PA) disse que é uma irresponsabilidade do Poder Executivo ficar impedindo o funcionamento das universidades, quando sabe-se que o governo arrecada mais do que gasta.

20/11/2001

Agência Senado


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