ÍRIS PROTESTA CONTRA DENÚNCIAS INFUNDADAS



O senador Íris Resende (PMDB-GO) usou a tribuna do Senado para protestar contra o envolvimento de seu nome em acusações de sonegação fiscal e evasão de divisas através das contas CC-5, no valor total de R$ 125 bilhões, em processo que estaria tramitando no Supremo Tribunal Federal. "Depois, a minha inocência ficou esclarecida, mas não a tempo de impedir que um semanário de Goiânia publicasse as acusações", indignou-se.
Para Íris, é imperioso que o Ministério Público e o Poder Judiciário tomem mais cuidado com a divulgação de processos que citam nomes de políticos e autoridades para impedir injustiças e julgamentos precipitados por parte da imprensa e da opinião pública, sob pena de levar as pessoas de brio a não mais participarem da política.
O senador fez um longo relato sobre o episódio, afirmando que a página do STF na Internet chegou a citar seis autoridades como envolvidas no processo, inclusive ele próprio, durante o período em que foi ministro da Justiça. "Posteriormente, o ministro Celso de Mello reconheceu não haver indícios para justificar a inclusão das autoridades na autuação", disse.
Íris reconheceu que o jornal Folha de S. Paulo, que havia publicado matéria com as acusações no dia 6 do corrente, publicou, no dia 7, reportagem com declarações do procurador da República em Caxias do Sul, Celso Antonio Três, apontando equívocos do Ministério Público Federal, da Justiça Federal e do próprio STF, que resultaram na citação das autoridades, apenas por estarem à frente de instituições que fizeram transferências para o exterior. "E quem leu a primeira reportagem, mas não leu a segunda?", perguntou.
Íris Resende lembrou seus 40 anos de sua vida pública e seus compromissos com a verdade e a justiça e disse não saber se o mundo político merece tudo o que lhe atribuem. "De minha parte, exijo tratamento diferenciado por não haver um só ato meu usufruindo de verbas públicas em proveito próprio", enfatizou.
Em apartes, os senadores Ramez Tebet (PMDB-MS), Pedro Simon (PMDB-RS) e Gilberto Mestrinho (PMDB-AM) ressaltaram a biografia digna de Íris Resende e compartilharam de sua indignação em relação à facilidade com que se lançam dúvidas sobre o caráter dos políticos.

10/04/2000

Agência Senado


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