Iris quer mais investimentos na prevenção do câncer de mama
A senadora Iris de Araújo (PMDB-GO) defendeu nesta segunda-feira (23) mais investimentos governamentais na prevenção e no diagnóstico precoce do câncer de mama. Com base em dados oficiais, a senadora lembrou que a doença é responsável pela morte de uma brasileira por hora e acomete mais de 36 mil mulheres por ano.
Iris de Araújo explicou que, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o número de casos registrados em todo o mundo só tem crescido, saltando de 500 mil casos em 1975 para 900 mil em 2001. Ela acrescentou que não há correlação entre o nível de desenvolvimento econômico de um país e as taxas de incidência da doença. A diferença, assinalou, é que nos países mais desenvolvidos 80% dos casos são diagnosticados no estágio inicial, quando as chances de cura chegam a 90%.
- É exatamente essa constatação que nos leva ao ponto crucial do problema. Por que, se o câncer de mama afeta indistintamente países ricos e pobres, desenvolvidos e não desenvolvidos, é na prevenção da doença, e em seu diagnóstico precoce, que se deve atuar de maneira mais incisiva - afirmou.
O senador Augusto Botelho (PDT-RR) disse que se as mulheres fizessem o auto-exame com mais freqüência, o câncer de mama poderia ser detectado em seu estágio inicial. Ele também enfatizou a necessidade da realização anual de uma mamografia. O senador Mão Santa (PMDB-PI) disse que o atual governo optou por adotar o modelo cubano de médicos de família em detrimento do Sistema Único de Saúde (SUS), pagando maiores salários, o que tem levado médicos especialistas a abandonar os hospitais e migrarem para o programa médico de família. Ele ressaltou que é preciso valorizar quem faz a medicina avançada pagando salários dignos.
Iris de Araújo disse que as mulheres brasileiras estão conscientes da necessidade do auto-exame, mas a maioria desconhece a necessidade da mamografia anual, especialmente após os 40 anos de idade. Ela sugeriu ações como campanhas que desestimulem o tabagismo e a obesidade, e uma ação conjunta dos diversos níveis de governo, da mídia, de instituições privadas e organizações não-governamentais. Além disso, ela também propôs que o governo promova a instalação de mamógrafos em quantidade suficiente ao atendimento das mulheres, pelo menos a cada dois anos.
- É claro que propostas desse tipo costumam esbarrar em alguns críticos de plantão, contumazes em apontar, sempre, o alto custo das medidas sugeridas. Ocorre, e todos sabemos disso, que os custos do tratamento - tanto econômicos como os sociais - são superiores aos custos da prevenção, o que torna inconsistentes aqueles argumentos - concluiu.
23/06/2003
Agência Senado
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