IRIS REZENDE DENUNCIA HOLDING INTERESSADA EM BANIR O AMIANTO
De acordo com o senador, o banimento da produção de amianto e sua eventual substituição por uma fibra sintética fabricada na Europa será um desastre para a economia de Goiás e para o país. O efeito imediato seria o fechamento da Sama, empresa localizada na cidade de Minaçu (GO), que atingiu em 1999 a produção de 180 mil toneladas de fibras de amianto crisotila não contaminado.
- Apesar da evidente fragilidade técnica e científica dos argumentos até agora apresentados, os esforços para pôr um fim ao amianto crisotila não contaminado no Brasil estão em fase adiantada - disse.
No entanto, segundo Iris, instituições cientificamente credenciadas comprovam que o amianto crisotila de Goiás não é contaminado por anfibólios, substância responsável pela ocorrência de doenças pulmonares. As doenças associadas ao uso do produto, no Brasil, seriam de origem claramente ocupacional, similares aos casos provenientes da manipulação de materiais como madeira, plásticos, cerâmicas e mármores, explicou.
O senador identifica interesses escusos nessa questão e assinala que o amianto crisotila é um produto barato, com o custo de US$ 500 por tonelada, além de ser acessível à população de baixa renda, minimizando o problema de habitação. Ele salienta que a holding Saint-Gobain lidera o movimento internacional para proibir o amianto produzido pelo Brasil, mas é também acionista da Sama. Iris estranhou o fato de a empresa localizada em Goiás, pioneira na obtenção do certificado ISO 14.000, simplesmente concordar com seu fechamento.
Em aparte, o senador Amir Lando (PMDB-RO) saudou a iniciativa de Iris Rezende e afirmou que o que contamina não é o amianto, mas os interesses internacionais mascarados em preocupação ambiental. Lando defendeu a instalação de uma CPI mista para investigar o assunto. Eduardo Suplicy (PT-SP) mostrou-se interessado em visitar a fábrica da Sama e lembrou que a produção de amianto gera inúmeras pressões, mas há pessoas sinceramente preocupadas com a saúde do trabalhador.
Iris Rezende afirmou que trará ainda outros fatos comprometedores relacionados aos grupos internacionais interessados em banir o amianto e prometeu passar ao ministro do Meio Ambiente, José Sarney Filho, e ao presidente Fernando Henrique Cardoso informações que permitam uma avaliação correta da situação.
27/04/2000
Agência Senado
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