IRIS CONTESTA CAMPANHA DE SERVIDORES DO CONAMA PELO BANIMENTO DO AMIANTO
O senador Iris Rezende(PMDB-GO) acusou nesta quarta-feira (dia 18) funcionários do Conselho Nacional do MeioAmbiente (Conama) de estarem comandando uma campanha de banimento do amianto crisotila,produzido no município de Minaçu, em Goiás, e matéria prima de telhas de baixo custo,por provocar danos à saúde dos trabalhadores que extraem o minério nas minas."Estamos diante de uma aventura em que se meteram alguns funcionários públicospatrocinados por forças desconhecidas e estranhas ao país", afirmou o senador.
- Não assistiremos de braços cruzados ao extermínio de nossas riquezas. Nãopermitiremos que, da noite para o dia, uma cidade inteira seja destruída pelo desempregoem massa, tendo por base os argumentos inconsistentes e o sofisma de intelectuais que nãoconhecem a realidade brasileira – disse o senador, lamentando que até o momento nãotenham tido resultado os contatos que fez com o ministro do Meio Ambiente, José SarneyFilho.
Iris Rezende informou que nos dias 19, 20 e 21 de novembro a Universidade Estadual deCampinas (Unicamp) apresentará a pesquisa Morbidade e Mortalidade entre TrabalhadoresExpostos ao Asbesto na Atividade de Mineração – 1940 a 1996, realizada na mina deCanabrava, em Goiás, e cujos resultados demonstram que o amianto em si não prejudica asaúde se for manuseado corretamente. De acordo com Iris, a pesquisa demonstra que, seexistirem problemas, eles estão acontecendo em São Paulo e não na mina de Goiás."O argumento apresentado de dano à saúde não suportou a primeira investigaçãoresponsável, séria e feita com metodologia", garantiu.
O senador criticou os funcionários do Conama que deveriam coibir o trabalho sem o uso deequipamentos de proteção coletiva, necessários ao manuseio de qualquer substância queproduza poeira. Segundo disse, esses funcionários "preferiram subir no palanque e irpara a imprensa com o falso propósito de proteger os trabalhadores dos males do amiantoquando deveriam forçar as empresas a proteger seus operários e a manter suas fábricaslimpas, à semelhança do que é feito na mina de Canabrava, em Goiás".
Iris Rezende acusou os funcionários do Conama de atacarem a imagem de pessoas einstituições e impingir dúvidas à vida profissional dos que discordam de suasposições com o objetivo de desqualificar o seu trabalho. Ele vê na campanha a açãodaqueles que desejam obter o controle do mercado de fibras sintéticas, que movimenta US$1,5 bilhão por ano. "E isso só será possível com o banimento do amianto crisotilano mundo, pressionando os produtores mundiais a interromper suas atividades. Eles sabemque, na concorrência perfeita, nosso crisotila é infinitamente melhor em qualidade epreço", assegurou.
18/10/2000
Agência Senado
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