Jader encontra-se com Lobão



O presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA), visitou o vice-presidente da Casa, Edison Lobão (PFL-MA), na tarde desta sexta-feira (dia 14). Na saída Jader disse que foi explicar a Lobão por que, ao reassumir o cargo na véspera, não lhe comunicou também sua intenção de renunciar ao cargo na próxima terça (dia 18):

- Vim explicar ao Lobão que só anunciei a renúncia depois da chegada do Temer do Planalto - esclareceu, referindo-se ao fato de o deputado Michel Temer (PMDB-SP) ter trazido ao Senado a notícia de que o presidente da República dava seu aval a acordo partidário para que a presidência do Senado continue com o PMDB.

Em entrevista concedida pouco antes, Jader havia reiterado que as acusações contra ele não tinham fundamento. Disse esperar que fossem rejeitadas no momento em os senadores as entendessem como parte de perseguição política decorrente de sua vitória na disputa pela presidência do Senado.

- Eu na verdade estou sendo sentenciado pelo fato de ter tido a ousadia de ser eleito presidente do Senado. Se não tivesse sido eleito, com o apoio da maioria absoluta, não estaria passando por todos esses constrangimentos - declarou.

O senador queixou-se de estar sendo submetido, até agora, a um julgamento político, no qual a sentença antecede o próprio processo. Ele lembrou o exemplo de Danton, acusado injustamente por Robespierre de querer restaurar a monarquia durante a Revolução Francesa. Jader acha também que outras instâncias deveriam ser esgotadas antes do exame do assunto pelo Senado:

- Se o assunto está afeto à Justiça do meu estado, a lógica, o racional, se não houvesse toda essa vendeta política, seria que se aguardasse a manifestação do Judiciário. A lógica seria que se aguardasse o inquérito solicitado pelo doutor Brindeiro e determinado pelo Supremo. Mas o julgamento político não tem lógica e, antes mesmo de iniciado, a sentença é o primeiro ato. Me parece que algumas pessoas estão imbuídas disso - assinalou.

Jader não quis adiantar o teor de seu discurso de renúncia e classificou de "um grande equívoco", causado por "desinformação e manipulação", o processo montado contra ele:

- Espero que a Casa decida com base no bom senso, pois é integrada por um ex-presidente da República, vários ex-governadores, ex-ministros e figuras exponenciais da vida pública, que responsavelmente examinarão a questão. Senão, faliu tudo - afirmou.



14/09/2001

Agência Senado


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