Jarbas comunica renúncia a relatoria de indicação para embaixador na Bolívia




Jarbas ficou insatisfeito com informações repassadas pelo Itamaraty sobre o "caso Roger Molina"

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O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) anunciou em reunião da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), nesta quinta-feira (12), sua renúncia à função de relator da mensagem de indicação do diplomata Raymundo Santos Magno para o cargo de embaixador na Bolívia. Ao justificar o ato, ele disse que ficou insatisfeito com informações enviadas pelo Ministério das Exteriores (MRE) sobre o caso do boliviano Roger Molina, parlamentar condenado naquele país e que fugiu esse ano para o Brasil em um carro da chancelaria brasileira

- Entendi as respostas como superficiais e insatisfatórias – disse o senador.

Em setembro, a CRE havia decidido suspender temporariamente a análise da indicação até que o Ministério das Relações Exteriores enviasse informações sobre o caso. Um dos questionamentos tratava da situação do diplomata Eduardo Sabóia, que respondia interinamente pela embaixada e organizou a fuga.

Opositor do presidente Evo Morales, Roger Molina estava refugiado na embaixada há mais de um ano, à espera de um visto de saída para se asilar no Brasil. Eduardo Sabóia alegou razões humanitárias para apressar a saída, devido às más condições psicológicas e de saúde do refugiado.

De acordo com Jarbas Vasconcelos, as respostas do Itamaraty foram insatisfatórias, especialmente em relação à situação de Sabóia, que ainda responde a processo administrativo aberto pelo Itamaraty para avaliar sua conduta no caso. Segundo o senador, as informações enviadas pelo Itamaraty se limitaram a registrar que o processo “vai demorar o tempo que a defesa desejar que dure”, em vez de abrigar os “legítimos direitos do diplomata”.

Demissão

Logo depois da fuga de Molina, conforme Jarbas, a presidente Dilma Rousseff chegou a pedir a demissão sumária de Sabóia. Também disse que o então ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, teria sido levado a pedir exoneração por se recusar a cumprir a medida. Jarbas recordou palavras que, à época, foram ditas pelo presidente da CRE, Ricardo Ferraço (PMDB-ES), de que Sabóia merecia ser “condecorado, e não punido”.

Ferraço, que ajudou o senador boliviano, indo até a fronteira com a Bolívia para receber Molina e depois trazê-lo em uma aeronave até Brasília, disse a Jarbas que compreendia seu ato de renúncia.

- Vossa Excelência é homem de trincheira, não dado a dissimulações - disse Ferraço a Jarbas.

Depois, Ferraço comunicou que ele mesmo iria assumir a relatoria da indicação do novo embaixador e que a tramitação do processo da indicação continuará suspensa até que o Itamaraty responda detalhadamente a todos os quesitos. Outros senadores manifestaram solidariedade a Jarbas.



12/12/2013

Agência Senado


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