Jefferson Péres confirma interesse em ouvir ex-gerente do Banpará



A comissão encarregada de investigar denúncias contra o senador Jader Barbalho (PMDB-PA) tentará ouvir o ex-gerente da agência central do Banpará, Marcílio Guerreiro. A informação foi dada nesta segunda-feira (dia 27) pelo senador Jefferson Péres, um dos integrantes da comissão. A assinatura de Guerreiro consta de alguns dos cheques administrativos que, segundo o auditor do Banco Central, Abraão Patruni Júnior, foram desviados do Banpará. Jefferson acredita que o depoimento do ex-gerente pode ser muito útil, mas admite que ele pode não depor por medo de se comprometer.

Jefferson disse que os trabalhos da comissão deverão ser prorrogados por no máximo dez dias, mesmo que não haja novos depoimentos depois desta semana. O tempo extra seria para a elaboração do relatório. Jefferson não quis comentar a possibilidade de o relatório não apontar a quebra de decoro parlamentar por parte de Jader, já que os fatos relacionados com o Banpará ocorreram antes do início do mandato do parlamentar paraense.

O senador disse que não podia antecipar nada porque o relatório será um trabalho conjunto, assinado por pelo menos dois senadores. A comissão é integrada ainda pelos senadores Romeu Tuma (PFL-SP) e João Alberto (PMDB-MA).

Jefferson adiantou que no depoimento marcado para a próxima quarta-feira, às 10h, pedirá a Jader que esclareça os pontos do relatório do auditor Patruni que o envolvem. Estes pontos seriam a existência de cheques assinados por Jader em algumas operações.

- Se os cheques forem autênticos, o envolvimento é muito claro para comprovar que ele foi beneficiário das operações - disse o senador, para quem Jader precisaria explicar operação financeira que beneficiou o jornal Diário do Pará , de sua propriedade.

Jefferson ressaltou, no entanto, que Jader não é obrigado a comparecer, "não é obrigado a falar, e não é obrigado a dizer o que não quiser". A comissão, observou, "não é uma CPI e Jader ainda tem todas as prerrogativas de senador".

O senador voltou a demonstrar descrença no retorno de Jader à Presidência do Senado, cargo do qual se licenciou, pelo prazo de 60 dias, em 20 de julho.

- Legalmente ele (Jader) pode reassumir, mas sabe que não há clima para isso. Seria tamanho o constrangimento que talvez a instituição entrasse em crise - afirmou.

Nesta terça-feira (dia 28), pela manhã, Jefferson, Tuma e João Alberto se reúnem com técnicos do Banco Central para continuar a análise dos documentos relacionados ao caso.

27/08/2001

Agência Senado


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