Jefferson Péres promete gestão democrática e ética
- As propostas da minha candidatura serão inspiradas no desejo de levar o Poder Legislativo ao encontro dos anseios populares, mas desde já antecipo que terão como pontos fundamentais o princípio da gestão democrática e o papel de relevo a ser dado ao Conselho de Ética no funcionamento desta casa - disse o senador do PDT.
O pronunciamento de Jefferson interessou não apenas aos senadores, mas levou ao plenário deputados do PDT como Miro Teixeira (RJ) e Alceu Collares (RS). No momento em que o candidato discursava, foram até à Mesa os deputados Arthur Virgílio (PSDB-AM) e Ricardo Barros (PPB-PR), respectivamente líder e vice-líder do governo na Câmara. Falando pausadamente, Jefferson classificou sua candidatura como missão, fruto de circunstância histórica, e não de vaidade pessoal.
- Quem sabe, de repente, contra todas as previsões e expectativas, os senadores, senão todos, muitos, votarão inspirados nos grandes vultos que povoaram este plenário como Rui Barbosa, Nereu Ramos, Milton Campos, Afonso Arinos e Mário Covas - conclamou o senador do PDT.
Jefferson reclamou para si o papel de um candidato em luta pela vitória e não o porta-voz de um "gesto simbólico de protesto", mas advertiu para a necessidade de apoio suprapartidário, de modo que a candidatura perca sua aparência de fantasia e ingenuidade, já que é oposicionista e filiado a partido pequeno. Ainda assim, observou que a acusação de ingenuidade deve ser encarada como elogio.
- Estou convencido de que o ser humano que não conserva dentro de si um pouco de inocência terá perdido muito de sua essência e também, portanto, da sua decência. Não creio que valesse a pena continuar na vida pública se eu perdesse a capacidade de me indignar e sonhar - disse o senador. Ele traçou a hierarquia em que o interesse público se sobrepõe aos interesses pessoais e conveniências partidárias.
Ao comentar a receptividade de seu pronunciamento, Jefferson citou o falecido senador Otávio Mangabeira, para quem "discursos mudam opiniões, mas não mudam votos". O candidato da oposição, que irá pedir votos a todos os senadores, acredita que o PFL só teria vantagens em apoiá-lo, pois, além de derrotar Jader Barbalho (PA), candidato do PMDB, viabilizaria a candidatura do deputado Inocêncio Oliveira (PFL-PE) à Presidência da Câmara. Quanto à possível reação do governo, o senador apenas lançou uma questão:
- O que o governo poderia fazer, expulsar o PFL da sua base de apoio?
06/02/2001
Agência Senado
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