Mão Santa atribui a Jefferson Péres o título de "Senhor Ética"
O senador Mão Santa (PMDB-PI) disse que o senador Jefferson Péres, falecido na última sexta-feira (23), entrará para a história como o "Senhor Ética", assim como o ex-presidente do PMDB Ulysses Guimarães ficou conhecido como o "Senhor Diretas", em referência à campanha que liderou em favor das eleições diretas para presidente da República.
Para Mão Santa, todos os senadores sentem-se um pouco diminuídos com a ausência de Jefferson Péres, mas todos se sentem também engrandecidos por terem com ele convivido. O peemedebista também destacou a grande cultura e conhecimento de Jefferson Péres, a quem disse que freqüentemente recorria para se orientar.
O senador pelo Piauí leu o aparte que Jefferson Péres fez a seu discurso mais polêmico, quando Mão Santa disse que a chefe da Casa Civil, ministra Dilma Rousseff, "cacarejava" ao anunciar ações do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Mão Santa citara nesse pronunciamento a figura de Graciliano Ramos, e Jefferson Péres lembrou, de memória, a frase dita pelo escritor após sua passagem pela prefeitura de Palmeira dos Índios (AL): "Na defesa do interesse público, perdi alguns amigos; não me fizeram falta".
Mão Santa elogiou a concisão de Jefferson Péres, que raramente falava da tribuna por mais de cinco minutos. Mas ressalvou que, no último discurso, ao criticar a proposta de internacionalização da Amazônia citada por um jornal norte-americano, ele se excedeu um pouco mais.
- Ele foi um guia, um farol para nosso presidente seguir, pacificar e preservar a Amazônia - afirmou Mão Santa, que leu frases do falecido senador publicadas pelo Jornal do Senado e um poema sobre o senador escrito pelo policial legislativo Rubens de Araujo Lima.
Em aparte, o senador Magno Malta (PR-ES) chamou Jefferson Péres de "paredão moral e ético da política brasileira".
26/05/2008
Agência Senado
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