Jereissati destaca lugar privilegiado de Nascimento brito na história política nacional
Ao discursar na homenagem ao ex-diretor-presidente do Jornal do Brasil, Manoel Francisco do Nascimento Brito, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) ressaltou seu papel de testemunha privilegiada da história política do país desde 1949, quando assumiu a frente do jornal a convite do conde Pereira Carneiro.
Ele lembrou que, em 1954, com a morte do conde, sua viúva decidiu transformar o JB, então um jornal quase exclusivamente de classificados, num autêntico veículo de opinião, acompanhamento dos fatos e análise da realidade nacional, sempre com profundidade e independência.
Segundo Tasso, foi Nascimento Brito que, ao lado de Odylo Costa Filho, Jânio de Freitas, Reinaldo Jardim e Amílcar de Castro, implementou completa reformulação do jornal, criando um padrão gráfico que foi seguido por todos os concorrentes, até os dias de hoje. Além da modernização das máquinas, ele promoveu uma renovação de mentalidade, uma verdadeira revolução na maneira de se pensar e fazer comunicação, disse.
Nesse empreendimento, cercou-se sempre do melhor que havia no jornalismo nacional, como foi o caso da contratação, em 1962, do colunista Carlos Castelo Branco, a seu ver o maior analista político do país. "Aliás, o alto nível dos colunistas do JB permanece a marca registrada do jornal até os dias de hoje", ressaltou.
Para Tasso, foi nos dias difíceis do regime militar que Nascimento Brito deu seu maior exemplo de resistência e defesa da liberdade. A ditadura proibiu a veiculação de qualquer publicidade governamental no jornal, mas o JB resistiu, angariando entre seus leitores ainda mais credibilidade. A tiragem aumentou garantindo as vendas necessárias à sua sobrevivência, observou.
Tasso lembrou que Nascimento Brito foi também reverenciado no exterior, sendo condecorado com a Legião de Honra do governo francês e com a Ordem do Cavaleiro do Império Britânico, pela rainha Elizabeth II do Reino Unido.
18/02/2004
Agência Senado
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