João Alberto alerta para riscos do consumo excessivo de álcool



Depois de alertar o mundo para os males do fumo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) prepara, agora, uma campanha contra o álcool. A iniciativa foi registrada em pronunciamento do senador João Alberto Souza (PMDB-MA). Ele revelou que 5% das mortes de jovens entre 15 e 29 anos, no mundo todo, ocorrem por causa da ingestão de bebidas, enquanto mais de 140 milhões de pessoas são alcoólatras. "No Brasil, o álcool é responsável por 20% das internações hospitalares e os alcoólatras são 15% da população", destacou.

Preocupação particular da OMS é com o assédio sofrido pelos jovens, acrescentou o senador. Ele citou estudo da organização: "Ao misturar álcool a suco de frutas e a bebidas energéticas, centrar a publicidade em modos de vida jovem, na sexualidade, no esporte e no lazer, os grandes produtores de bebidas alcoólicas tentam estimular o consumo desde uma idade muito precoce".

O parlamentar observou que esse levantamento apontou a morte de 55 mil jovens na Europa, em 1999, por causa do álcool. Nos Estados Unidos, o álcool é a primeira causa de morte de jovens entre 15 e 20 anos. No Brasil, afirmou João Alberto Souza, o Sistema Único de Saúde (SUS) gastou R$ 57,1 milhões, em 1999, em internações resultantes de transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso abusivo de álcool.

- O país gasta 7,3% do Produto Interno Bruto para tratar de problemas relacionados ao álcool, enquanto a indústria movimenta 3,5 % do PIB - frisou.

João Alberto Souza reconheceu que a bebida não provoca danos quando consumida de forma moderada, mas apontou os riscos da ultrapassagem desses limites, seja por razões orgânicas, seja por força da propaganda. E os jovens, avaliou, são uma preocupação particular e ainda maior. "A idade em que o adolescente começa a tomar álcool está cada vez menor", disse o senador. Ele lembrou que desde 1967 a OMS considera o alcoolismo uma doença.

O senador alertou que "para ampliar o mercado consumidor, as campanhas publicitárias de bebidas alcoólicas escolheram como alvo principal os países em desenvolvimento e, nestes, os adolescentes e as mulheres". E concordou com os educadores e pesquisadores que apontam a limitação ou proibição da propaganda desses produtos como "uma sábia medida preventiva".

- Não tem sentido incentivar um comportamento de risco pelo qual o país já vem pagando altíssimo preço - conclui.

17/08/2001

Agência Senado


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