João Alberto critica proliferação de cursos seqüenciais e online



Ao criticar a proliferação de cursos seqüenciais e online, o senador João Alberto Souza (PMDB-MA) disse que muitas instituições, no afã de conquistar novos alunos a um custo bem menor do que o da graduação normal, abrem cursos sem obedecer à orientação do Ministério da Educação. O senador citou dados do Censo segundo os quais em 1999 havia cerca de 10 mil vagas em cursos de curta duração, e em 2001 esse número subiu para 200 mil vagas. Para 2002, afirmou, mais de um milhão de vagas deverão ser criadas. Os cursos seqüenciais têm duração de dois anos e dão direito a diploma de ensino superior.

Na área da saúde, informou João Alberto Souza, onde têm ocorrido os maiores problemas, a maioria dos conselhos de medicina já emitiu normas que proíbem o registro de diplomas de cursos seqüenciais. De acordo com o parlamentar, há cursos de curta duração de jornalismo e psicologia com alunos formados, mas sem diploma. "O Ministério da Educação pouco pode fazer para deter a rapidez com que são instalados esses cursos, pois as universidades têm autonomia para abri-los e a análise do ministério só é feita após um ano de funcionamento", afirmou.

Outra questão apontada por João Alberto é saber se o Ministério da Educação - cujo acompanhamento dos cursos formais de curta duração já é deficiente, disse - terá mecanismos de fiscalização para garantir a qualidade dos cursos, tanto no que diz respeito ao conteúdo quanto no que se refere à obediência à legislação específica. Pesquisas feitas nos Estados Unidos demonstram que o percentual de evasão dos alunos na Internet é muito alta ( mais de 70%) e a quantidade de pessoas que conseguem um emprego com esses cursos é pequena. Segundo o parlamentar, estima-se que no Brasil existam mais de 30 mil cursos pela Internet.

- Existe um avanço tecnológico, mas quase nada em matéria de um modelo pedagógico para usar adequadamente os instrumentos desse desenvolvimento. A arrancada do ensino online foi impulsionada por engenheiros que criaram atraentes softwares, mas é quase nula a presença de pedagogos no processo e são escassas as pesquisas sobre quais os métodos de ensino são mais adequados. Assim, não há uma pedagogia para o modelo da Internet.O senador lembrou que, graças à lei nº 5.692, de agosto de 1971, muitas pessoas descobriram os cursos supletivos, uma solução, acrescentou, razoavelmente veloz para os que não possuíam formação de nível fundamental ou médio. João Alberto ressaltou que o país já possui boas experiências com o ensino a distância, como o Instituto Universal Brasileiro, os projetos Minerva e o Mobral.

27/08/2001

Agência Senado


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