João Alberto defende políticas de auxílio ao desenvolvimento indígena



O senador João Alberto Souza (PMDB-MA) fez um apelo aos parlamentares para que seja abandonado o sistema de assistencialismo aos indígenas e para que se assumam políticas de auxílio e acompanhamento que assegurem aos índios desdobramentos positivos para seu desenvolvimento e auto-sustentação.

Falar de índio no Brasil -sempre foi um tabu-, segundo o senador. Ele lembrou que em 1537 o Papa Paulo III precisou intervir em defesa dos indígenas contra as barbaridades praticadas pelos invasores europeus, e que agora é dever do Estado protegê-los e dar-lhes condições de se tornarem independentes sócio-economicamente.

O senador lembrou a dificuldade de se chegar a grupamentos longínquos no interior do país. Para ele, o caso dos índios é ainda mais grave, pois vivem em comunidades separadas e não têm instrumentos para a produção, dificultando ainda mais seu desenvolvimento sustentável.

A fome entre a população indígena é outro problema que deve ser combatido, para João Alberto. Ele citou o Mapa da Fome entre Povos Indígenas no Brasil, elaborado em 1994 pela Ação de Cidadania contra a Fome e Miséria, juntamente com outras ONGs, segundo o qual, em 51,5% das 557 terras indígenas do país, 34,7% dos índios pertencentes a estas áreas passam fome. Ele disse ainda que notícias publicadas no mês de novembro constatam que os programas contra a fome não chegam à população indígena.

- Eles precisam ter a fome saciada, mas com a ruptura do assistencialismo. É preciso recuperar a decisão política de projetar esse povo para o futuro - afirmou o senador.



04/12/2002

Agência Senado


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