JOÃO ALBERTO DEFENDE PROJETO PARA PRESERVAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DA AMAZÔNIA



O senador João Alberto Souza (PMDB-MA) defendeu a criação de um projeto específico para a preservação e desenvolvimento da Amazônia, que envolva a capacitação dos seus recursos humanos e o domínio das informações sobre seus recursos naturais. Para o senador, é preciso fazer frente ao que qualificou de "três ventanias" que a assolam a região: o desmatamento, a biopirataria no campo da farmacologia e a possível ocupação da região por forças externas.
Segundo o senador maranhense, a Amazônia encontra-se hoje "no olho de um furacão", com a atuação de grupos variados que vão desde a imprensa internacional e nacional até guerrilheiros e traficantes, passando por cientistas, ecologistas, indigenistas, religiosos, madeireiros, garimpeiros, governo e organizações não governamentais.
João Alberto salientou que a primeira das "ventanias", o desmatamento, evidencia que a floresta está sendo "agredida e destruída" à margem da lei ou de qualquer plano sério de exploração. Ele considera que um dos maiores responsáveis por isso são as madeireiras estrangeiras que extraem madeira de lei. Na avaliação do senador, seriam 17 empresas atualmente, que, com tecnologia, equipamentos e capacidade financeira, "estão acelerando a devastação ambiental na região."
O senador citou ainda a ação dos chamados "cupins da amazônia", um verdadeiro exército de 300 mil brasileiros formado por posseiros, índios, garimpeiros e mateiros, que, burlando as leis, "executam o serviço sujo e arriscado de derrubar árvores em áreas proibidas". Estima-se que 30 milhões de metros cúbicos de madeira foram extraídas ilegalmente da Amazônia e enviados ao exterior.
O segundo problema, a biopirataria farmacológica, de acordo com João Alberto, vem sendo praticada há muito tempo, e não se sabe ao certo quanto já foi pirateado das florestas amazônicas no setor de fitoterapia. Segundo o biólogo, professor da Universidade do Amazonas e superintendente do Ibama, Frederico Arruda, citado pelo senador, "o Brasil jamais investiu seriamente em testes clínicos dessas plantas, assim como nunca se trabalhou em uma pesquisa associada a antropologia e farmacologia."
O senador não afasta também o risco de ocupação da região por forças externas, a título de defender pretensos interesses da humanidade. João Alberto lembrou as recentes afirmações de um general norte-americano publicadas na imprensa de que, caso o Brasil resolva fazer algum tipo de uso da Amazônia, "que ponha em risco o meio ambiente dos EUA", os norte-americanos atuariam na região.
Para João Alberto, contudo, ações como o Sistema de Proteção e Vigilância da Amazônia (SIVAM), aliadas às que deverão ser implementadas pelo Ministério do Meio-Ambiente e pela Sudam, são de grande importância para a solução dos problemas da Amazônia. "Seria uma resposta a dar aos reclamos internacionais relativamente ao pouco interesse de que é acusado o país em relação às necessidades dessa região", finalizou o senador.

10/09/1999

Agência Senado


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