João Alberto quer "desfecho rápido" para processos contra três senadores
O presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado, João Alberto Souza (PMDB-MA), reunirá o colegiado no dia 5 de setembro para encaminhar os processos contra os senadores acusados de participar da máfia das ambulâncias. João Alberto quer encerrar o caso em no máximo 20 dias, ou seja até 25 de setembro.
- Isso tem de ser rápido. Espero que os relatores não me criem problemas - disse o senador, por volta das 20h desta quarta-feira (23). Segundo ele, a imprensa quer "sangue e condenação antes do tempo", o que está prejudicando a apuração dos fatos e criando receio entre os parlamentares convidados a relatar os processos contra os senadores Ney Suassuna (PMDB-PB), Magno Malta (PL-ES) e Serys Slhessarenko (PT-MT).
De acordo com João Alberto, o conselho encaminhará os processos com base na representação da Mesa do Senado, cujo anúncio é aguardado para o meio-dia desta quinta-feira (24) pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Renan decidiu consultar os demais seis membros da Mesa sobre se concordam com a representação depois de receber do Conselho de Ética pareceres pela admissibilidade da denúncia contra os três que havia sido encaminhada por meio de relatório da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Sanguessugas.
Os pareceres foram "devolvidos" nesta quarta-feira (23) à Mesa em face de o presidente do Senado ter dito, na terça-feira (22), que o envio do relatório da CPI ao conselho não configurava uma representação, como chegou a ser o entendimento de João Alberto Souza. Este último havia designado relatores para realizar novas investigações e chegar a um resultado em 30 dias.
Com a ressalva feita pelo presidente do Senado, o conselho chegou a um consenso sobre o encurtamento dos prazos, devolvendo a denúncia a Renan para que a Mesa decidisse ou não pela representação. Nesta quarta-feira (23), o PSOL ingressou com representação na Secretaria Geral da Mesa do Senado, com base no que prevê o regimento do Conselho de Ética.
- Isto é uma questão política que só faz complicar. O que vai valer é a representação da Mesa, que já está em andamento - observou João Alberto Sousa. Ele mostrou-se irritado com a acusação de que está "preparando uma pizza", gíria usada para a impunidade.
Na opinião do presidente do conselho, o clima de cobrança é que levou o senador Sibá Machado (PT-AC) a desistir da relatoria do processo contra o senador Magno Malta. A relatoria do processo contra Suassuna está com o senador Jefferson Péres (PDT-AM), e a da senadora Serys, com o senador Demóstenes Torres (PFL-GO).23/08/2006
Agência Senado
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