João Alberto quer encerrar os processos até 1º de outubro



O presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, senador João Alberto Souza (PMDB-MA), defendeu nesta segunda-feira (21) que os processos contra os senadores Ney Suassuna (PMDB-PB), Magno Malta (PL-ES) e Serys Slhessarenko (PT-MT), por suposto envolvimento com a máfia das ambulâncias, devem ser encerrados até as eleições de 1º de outubro. Ele disse acreditar que, assim, o conselho dará à sociedade uma satisfação acerca do escândalo, mas o vice-presidente daquele colegiado, senador Demóstenes Torres (PFL-GO) entende que o ritmo das apurações deve ser o que leve "à verdade".

Demóstenes é um dos relatores a serem designados por João Alberto, que ainda nesta terça-feira (22) anunciará os outros dois, informando que processo cada um relatará. O que está confirmado é que, na quarta-feira (23), a partir das 10h, o colegiado se reunirá para ouvir dos relatores os planos de investigação e que desses planos constará a oitiva do principal envolvido no caso - Luiz Antonio Vedoin, sócio-proprietário da Planam, empresa com sede em Cuiabá.

- O Senado nunca deu mau exemplo. Vamos apurar com equilíbrio e quem tiver culpa terá de pagar por seus erros - disse João Alberto, depois de uma reunião com Demóstenes.

João Alberto explicou que, a partir da designação dos relatores, os processos são formalmente abertos e os três senadores não poderão renunciar sem perda dos direitos políticos por oito anos.

- Na verdade, desde que os senadores receberam notificação para apresentarem defesa prévia, os processos estão abertos e não cabe mais a renúncia sem perda dos direitos políticos. Só tem de se defender quem já está sendo acusado - argumentou Demóstenes.

Demóstenes disse que, como relator, vai ouvir Vedoin e quantos mais entender com vistas a esclarecer a participação dos senadores na venda fraudulenta de ambulâncias a prefeituras associada à apresentação de emendas ao Orçamento. Demóstenes não descarta a necessidade de quebrar os sigilos bancário e telefônico dos acusados.

João Alberto anunciou que pretendia ler ainda no final da tarde a defesa encaminhada pouco antes pela assessoria do senador Ney Suassuna. As outras já haviam sido encaminhadas a ele na semana passada por Malta e Serys.

21/08/2006

Agência Senado


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