João Alberto quer encerrar processos disciplinares nesta quinta-feira



Após a defesa do senador Magno Malta (PL-ES) nesta terça-feira (21), o presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, senador João Alberto Souza (PMDB-MA), informou aos membros do colegiado que, na reunião marcada para a próxima quinta-feira (23), gostaria de votar e encerrar, além do processo de Magno Malta, os dois outros processos disciplinares instaurados -contra os senadores Serys Slhessarenko (PT-MT) e Ney Suassuna (PMDB-PB).

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Os três estão sendo investigados porque tiveram os nomes citados no relatório parcial da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Sanguessugas por conduta incompatível com o decoro parlamentar. No entendimento dos membros da CPI Mista, há indícios ou provas de que os senadores tenham participado da chamada "máfia das ambulâncias", responsável por um esquema de fraudes criado com o objetivo de utilizar irregularmente recursos do Orçamento da União para a compra de ambulâncias destinadas a municípios com preços superfaturados.

- Esses processos trouxeram muito desgaste para todos nós. Por isso, se não houver pedido de vista, acredito que poderíamos votar logo os três relatórios na próxima quinta - afirmou João Alberto.

No entanto, só está garantida para quinta-feira a votação do relatório apresentado pelo senador Jefferson Péres (PDT-AM) no início de outubro, no qual o senador pede a cassação do mandato de Suassuna. Na mesma reunião, os membros da comissão deverão analisar ainda o voto em separado do senador Wellington Salgado (PMDB-MG), que sugere apenas a aplicação de uma pena de censura verbal ao parlamentar pela Paraíba.

Também consta da pauta do Conselho de Ética da próxima quinta-feira a apresentação dos relatórios dos processos contra Serys e Malta. Segundo João Alberto, o relator do processo contra Serys, senador Paulo Octávio (PFL-DF), já garantiu que apresentará seu relatório na data prevista e, caso não haja nenhum pedido de vista, a comissão poderá votá-lo no mesmo dia. No entanto, o senador Demóstenes Torres (PFL-GO), relator do processo de Malta, não confirmou que concluirá seu trabalho até lá.

- Vou preparar pessoalmente o relatório, pois se trata de inocentar ou culpar um senador da República. Apesar de a minha convicção sobre o caso já estar bastante encaminhada, preciso analisar com calma todos os documentos e depoimentos colhidos até agora para bem fundamentar minha decisão - explicou Demóstenes.

Votação

Em entrevista à imprensa após o término da reunião, Demóstenes criticou o anúncio antecipado de alguns membros da comissão de que votariam pela inocência de Malta.

- Alguns membros já anteciparam o voto sem mesmo analisar o relatório. Acho isso muito temerário porque o documento precisa ser lido e analisado com calma - criticou o senador por Goiás.

Na reunião, o senador João Ribeiro (PL-TO), por exemplo, que não é membro do Conselho de Ética, anunciou que votaria a favor de Malta, se fizesse parte do colegiado.

- Contra Vossa Excelência, não há realmente uma prova de toda essa acusação. Se fosse membro deste conselho, votaria dez vezes pela sua absolvição - afirmou, dirigindo-se a Malta.

Também Wellington Salgado e Juvêncio da Fonseca (PSDB-MS) desqualificaram as provas contra Malta e afirmaram estar "indignados" com toda a situação. Já Eduardo Suplicy (PT-SP) e Antero Paes de Barros (PSDB-MT) afirmaram que vão estudar "profundamente" todos os processos até a próxima quinta-feira, para que seus votos sejam "éticos e bem fundamentados", na opinião de Antero, e "isentos", segundo Suplicy.

Antero criticou ainda a atuação da CPI Mista dos Sanguessugas.

- A CPI não deveria ter mandado para cá [Conselho de Ética] fatos que teria condições de aprofundar e examinar melhor - disse Antero, referindo-se ao relatório parcial que pediu que o Conselho de Ética instaurasse processo disciplinar contra os três senadores.



21/11/2006

Agência Senado


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