JOÃO ALBERTO QUER ENGAJAMENTO DOS JOVENS NA POLÍTICA
- O Brasil e o mundo, durante as décadas de 60 e 70, conviveram com uma grande parte da juventude em efervescência, por causa das condições da sociedade. A vivência política dos jovens desse tempo era intensa e participativa. Centro de suas preocupações eram os problemas sociais, debatiam vias de solução num acalorado confronto entre direita e esquerda - lembrou o senador.
João Alberto esclareceu que não reivindica a participação do jovem na vida partidária, uma vez que nem todos têm a natural disposição para esse tipo de engajamento. "Reivindico, sim, participação na luta política, com o objetivo de formar bons cidadãos, capazes de bem conduzir a própria casa e de gerir os negócios da coletividade", disse.
Ao citar dados de uma pesquisa realizada pela educadora Tânia Zagury, o senador informou que 68,9% dos jovens pesquisados acompanham o que acontece na política e 52,8% não sabem se posicionar no contexto das tradicionais categorias de esquerda, centro-esquerda, direita e centro-direita.
Sobre os acontecimentos nacionais, como os que culminaram no "impeachment" do ex-presidente Fernando Collor, no esquema PC Farias, no desvio de verbas públicas e o problema dos chamados anões do Orçamento, 29,3% disseram ter recuperado a fé na justiça e no Brasil e 55,7% afirmaram que "o Brasil não tem jeito".
- É constrangedora a posição revelada pelos 55,7% que confessaram total descrença na possibilidade de as coisas melhorarem no Brasil. Sem dúvida, esconde-se nessa afirmação um pouco da irreverência que caracteriza os jovens, mas é reflexo também de um certo grau de desalento e desencanto diante de uma realidade nacional e internacional de estreitos horizontes quanto a espaços para o trabalho e para ação no campo político, social e econômico - observou.
02/02/2000
Agência Senado
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