João Ribeiro: Ásia começa a aceitar a carne brasileira



O senador João Ribeiro (PFL-TO) informou ao Plenário nesta segunda-feira (9) que os países asiáticos começam a aceitar a carne bovina e de frango do Brasil, o que pode aumentar rapidamente as vendas brasileiras para uma região que hoje dá preferência às carnes dos Estados Unidos, da Austrália e da Nova Zelândia. João Ribeiro registrou o sucesso de uma missão brasileira que visitou recentemente a Coréia do Sul, Japão e Taiwan.

A Coréia do Sul acenou com a possibilidade de importar 50 mil toneladas de carne de frango, ainda neste ano, um negócio de aproximadamente US$ 80 milhões. Já Taiwan se comprometeu a estabelecer em dois meses uma pauta de compra de carne bovina brasileira. O Japão, o mais exigente mercado, se mostrou interessado nos produtos brasileiros, relatou o senador do Tocantins, estado que foi representado na missão pelo seu vice-governador e secretário de Agricultura, Raimundo Nonato Pires, e pelo presidente da Associação Brasileira de Frigoríficos, João Stival.

Conforme João Ribeiro, o Brasil produz por ano 6,9 milhões de toneladas de carne bovina, exportando 1,4 milhão de toneladas. O setor pretende aumentar as vendas para o exterior em 600 mil toneladas nos próximos dois anos.

João Ribeiro considerou que a meta pode ser atingida, lembrando que também recentemente a Organização Internacional de Epizootia (OIA), que monitora os rebanhos em todo o mundo, aumentou as regiões brasileiras consideradas livres de febre aftosa. Ao lado disso, os países europeus importam a carne bovina do Brasil sem grandes restrições, especialmente porque o boi brasileiro "é vegetariano" - não ingere ração baseada em proteína animal, o que pode provocar o "mal da vaca louca".

O senador previu que, à medida que o Brasil superar seus problemas com a febre aftosa, assumirá uma posição de grande destaque entre os maiores vendedores de carne do mundo.

- Nosso preço é 60% mais em conta que o americano, o australiano e o neozelandês. Nossos frigoríficos estão prontos e aptos para cortes específicos solicitados pelos importadores.

João Ribeiro apoiou, no mesmo pronunciamento, o protesto do senador Eduardo Siqueira Campos (PSDB-TO) feito pouco antes contra a construção de um presídio de segurança máxima em Palmas (TO).

- A população do Tocantins está revoltada. Nós vamos gritar contra. Vou ao ministro da Justiça pedir que não se faça essa obra no nosso estado. Queremos investimentos e não presos de alta periculosidade - sustentou.



09/02/2004

Agência Senado


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