JOÃO ROCHA ANALISA CURSO SUPERIOR E PROPÕE NOVO MODELO



A partir da constatação de que o interesse do jovem brasileiro pelo ensino superior diminuiu, apesar de o número de formados no ensino médio ter duplicado nos últimos dez anos, o senador João Rocha (PFL-TO) propôs a adoção de um novo modelo de ensino superior no Brasil, que incorpore os avanços tecnológicos que permitam aos alunos estudar sem a necessidade de freqüentar uma sala de aula formal.- A incorporação, pelo nosso ensino superior, dos avanços acontecidos na indústria do conhecimento e nas técnicas de armazenar, manipular e apresentar informações haverá de representar, sem dúvida alguma, um notável passo adiante. Para que essa incorporação possa se efetivar, porém, falta um pré-requisito. E aqui chegamos a um ponto que toca de perto às atribuições do Congresso Nacional, pois o pré-requisito a que me refiro é a modernização de nossa legislação de ensino - explicou Rocha.Para o senador, já se tem a medida da qualidade do ensino e agora é o momento de calcular a relação aluno-professor. "Atualmente, para que uma faculdade seja reconhecida exige-se que um fiscal do MEC conte os livros existentes na biblioteca. Mas, como poderá esse fiscal desincumbir-se de sua tarefa se a biblioteca inteira estiver guardada em uma caixa de sapatos, contendo algumas dúzias de CD ROMs? Como poderá ele contra as assinaturas de periódicos que estão disponíveis na internet? Como se calcula a relação professor-aluno quando a aula é transmitida via satélite para cinco mil alunos? Como se controla a presença obrigatória de um aluno que está no Acre estudando por correspondência ou pela internet?", questionou o senador.João Rocha explicou que todos os países industrializados já equacionaram essas questões em suas universidades, que atendem às necessidades de seus respectivos mercados com mais eficiência e velocidade. Ele defendeu a abolição de métodos ultrapassados para medir e controlar o ensino. "A qualidade do ensino pode ser eficazmente controlada por meio do "provão", mediante visitas de professores respeitados, com o trabalho de inspetores que assistem às aulas de quando em vez, por meio de entrevistas a alunos e empregadores. Jamais com cartórios, fitas métricas, plantas, listas de professores supostamente presentes ou ofícios com firma reconhecida. O verdadeiro controle de qualidade se faz examinando o processo ou medindo o produto, jamais com papel carimbado e com firma reconhecida prometendo o que vai acontecer", afirmou Rocha.Segundo o senador, cursos técnicos e escolas profissionais poderiam ocupar espaço de vários cursos que são dados em universidades, uma vez que não exigem um diploma profissional específico, mas apenas uma boa formação intelectual e treinamento técnico. Rocha acredita que as transformações mais profundas dependem de mudanças legislativas e da renovação de mentalidade.- O ensino superior do Brasil encontra-se frente a uma encruzilhada. Interesses corporativistas e visões retrógradas e obscurantistas expressam-se ainda com muito vigor, tentando deter a marcha saudável da transformação que implicará a adequação de nosso ensino superior à realidade do mundo contemporâneo. Em sentido oposto, porém, robustecem-se as forças e tendências reformistas, desejosas de contribuir para o nascimento do novo. Trabalhemos para que estas últimas saiam vencedoras - conclui João Rocha.

06/01/1999

Agência Senado


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