JOÃO ROCHA: BRASIL COMEÇA A SE DIRECIONAR PARA O FUTURO
O senador João Rocha disse que o Brasil começou hoje (dia 10) a se direcionar para o futuro e a criar as bases fundamentais para um desenvolvimento calcado em taxas de juros compatíveis com o regime de estabilidade econômica, apoiado numa poupança interna adequada. Ele fez o comentário ao analisar as medidas adotadas hojepelo governo federal para enfrentar a crise econômica que atingiu o país, a partir da crise nas bolsas asiáticas.
- A minha preocupação é a preocupação do governo. O ministro Pedro Malan, em entrevista hoje, declarou que nenhuma economia do mundo é estável pagando juros de 42% ao ano numa inflação de 7% a 8%. Só há sustentação duradoura da estabilidade da economia baseada na poupança interna- afirmou.
Na opinião de João Rocha, o Japão é exemplo disso. A poupança daquele país, conforme garantiu, é deUS$ 10 trilhões (90% do PIB). "No Brasil a poupança é80 bilhões, que não chega a 10% do PIB. É preciso incentivar a poupança interna enão o capital especulativo com pagamentos de taxas que chegam entre 40% a 50% ao ano", advertiu.
João Rocha disse que o verdadeiro papel das bolsas de valores é o de fornecer capitais de risco às empresas. A seu ver, as bolsas não devem se transformar "em arena de jogos cruéis em que a especulação com preços fictícios devore as poupanças do pequeno investidor".A seu ver, cabe às autoridades da área econômica implementar os necessários aperfeiçoamentos de controle que garantam os interesses dos pequenos investidores em fundos de ações.
O senador concordou com as declarações do presidente da CVM que, em entrevista à imprensa, disse que o órgão deve buscar novos instrumentos para orientar o sistema acionário de fundos e pensões em nosso país. Segundo João Rocha, o presidente do Banco Central, Gustavo Franco, também defendeu, um controle mais rígido na aquisição de ações por bancos de investimentos, ligados a bancos comerciais.
Em aparte, o senador Coutinho Jorge (PSDB-PA) disse queo grande conflito da economia globalizada é o que existe entre a economia real, que produz bens e serviços, e o lado especulativo do sistema financeiro, que não gera emprego, nem renda e precisa ser controlado. Segundo o senador, tudo o que está acontecendo, a partir da crise das bolsas, é um alerta para que os bancos centrais tomem medidas duras em todo o mundo.
Júlio Campos (PFL-MT) apoiou o discurso de João Rocha, condenou a evasão de recursos através das Bolsas de Valores e destacou que a poupança interna brasileira é pequena. Ele questionou a possibilidade de o brasileiro fazer uma poupança forte sem que haja uma redistribuição de renda no país.
O senador Elcio Alvares (PFL-ES), líder do governo no Senado, disse que o país está vivendo um momento solene, no qual o governo "tomou providências duras,graves e até amargas", mas necessárias, em virtude da crise. A seu ver, o Congresso precisa participar desse esforço fazendo as reformas que estão à espera de votação na Câmara e no Senado.
11/10/1997
Agência Senado
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