JOÃO ROCHA PEDE ATENÇÃO DO GOVERNO PARA SETOR TÊXTIL
O senador João Rocha (PFL-TO) chamou hoje (dia 5) a atenção do governo para os problemas que vêm sendo enfrentados pelo setor têxtil em função da abertura econômica do mercado brasileiro aos produtos importados, como a sensível redução do número de empregos, a falência de centenas de empresas e a perda de parcela da fatia do mercado internacional que o Brasil detinha.
João Rocha observou que as dificuldades ora enfrentadas pelo setor também tiveram origem na falta de investimentos, nos anos anteriores à abertura, por parte do empresariado brasileiro. O senador lembrou que, por causa da hiperinflação, de sucessivos planos econômicos frustrados e de um ambiente de caos econômico-financeiro verificados nas décadas de 70 e 80, as empresas nacionais não puderam atualizar-se tecnologica e administrativamente.
Apesar de algumas iniciativas adotadas pelo BNDES a partir de 1996 para reverter a situação, o panorama do setor, segundo o senador, ainda é confuso, sendo necessário apoio mais efetivo do governo; "O Brasil precisa investir maciçamente, se quiser, no mínimo, retomar o lugar que já ocupou nesse campo da economia", observou.
João Rocha acrescentou que, de acordo com estudo do BNDES, o saldo da balança comercial do Brasil referente ao setor têxtil vem caindo violentamente desde 1992 e a queda no número de empresas brasileiras, que ficou entre 40% a 50% entre 1989 e 1995, foi maior nos segmentos de fiação e tecelagem, embora isso não tenha representado declínio significativo do volume de produção.
O senador lembrou que o setor conta ainda com milhares de empresas e gera quase um milhão de empregos, e que o Brasil tem um imenso potencial a ser explorado, inclusive para reativar a produção de algodão em pluma:
- Segundoestudo de organismointernacional,o Brasil tem vantagens competitivas em três setores - fiação, tecelagem de tecidos planos e malhas de algodão -, mesmo quando posto diante de Japão, Índia, Coréia do Sul, Itália, Tailândia e Estados Unidos. As principais vantagens brasileiras são baixo custo de mão-de-obra e de energia.
João Rocha reconheceu que o governo Fernando Henrique Cardoso vem "fazendo muito" pelo setor têxtil nacional, mas "há muito mais para ser feito". Na avaliação do senador, "com vontade política e política setorial eficiente, o Brasil pode vir a crescer muito neste importante setor da economia".
06/03/1998
Agência Senado
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