JOÃO ROCHA DIZ QUE IMPORTAÇÃO AMEAÇA O SETOR ELETR



A questão do desequilíbrio entre importação e exportação reflete o ponto fraco do complexo eletrônico brasileiro, disse hoje (dia 6) o senador João Rocha (PFL-TO), acrescentando que o déficit comercial do setor, em 1996 e 1997, ultrapassouos US$ 5 bilhões. Segundo ele, a abertura da economia ao exterior vem gerando grandes transformações na indústria, mas a facilidade de importar estaria provocando uma "avassaladora" concorrência ao produto nacional.

Esse déficit era de US$ 1 bilhão em 1990 e, de acordo com João Rocha, os quatro grandes setores que compõem o complexo eletrônico registraram, em 1996, para cada um deles, os seguintes saldos negativos: informática, US$ 1,5 bilhão; eletrônica de consumo, US$ 1 bilhão; telecomunicações e componentes eletrônicos, cerca de U$ 2 bilhões.

- A adoção de medidas para a redução do déficit da balança comercial do setor exige iniciativas firmes. Componentes, peças e partes de produtos finais são importados maciçamente, sendocomum a aquisição de kits do Leste da Ásia para montagem no Brasil, e essa modalidade de importação ameaça inviabilizar nossa indústria -frisou.

Para João Rocha, as condições fiscais adotadas para a Zona Franca de Manaus são um dos fatores que colocam as compras de componentes de outras regiões do Brasil como opção desvantajosa ante as importações. "Esse fato é tanto mais grave por ser a eletrônica de consumo, com seus grandes volumes, o setor capaz de alavancar a produção interna de componentes, conforme ocorreu na maioria dos países que têm, hoje, uma indústria forte".

Após salientar que uma indústria eletrônica de sucesso é essencial para dar suporte a um desenvolvimento moderno igualmente vitorioso, o senador afirmou que "precisamos de análises atentas e minuciosas sobre a indústria, que identifiquem seus pontos vulneráveis e seus pontos fortes e que resultem em uma política industrial inteligente de apoio a esses setores".

04/06/1998

Agência Senado


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