JOÃO ROCHA QUER BNDES COMO INTERMEDIÁRIO DO BIRD E DO BID NO PAÍS



O senador João Rocha (PFL-TO) afirmou hoje (dia 10) que a estrutura e capacidade técnica, operacional e de investimento a Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o transformaram numa das mais importantes agências mundiais de fomento, sendo inconcebível que, "com instituição de tal magnitude, a União, estados e municípios ainda se desgastem na busca direta de recursos em agências internacionais como o Banco Mundial (BIRD) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID)".

Para ele, caberia estreitar as parcerias com o Banco Mundial e o BID, tornando o BNDES um intermediário, no Brasil, desses organismos financeiros internacionais. Com um projeto integrado com os dois bancos, o BNDES fortaleceria sua carteira de financiamentos, teria uma atuação mais abrangente em todo o país, além de operar os financiamentos a custos menores - defendeu.

Em apoio à sua tese, João Rocha recorreu a relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre o endividamento público com créditos internacionais, em particular junto ao Banco Mundial e ao BID. Segundo o TCU, de um total de US$ 10,09 bilhões que ingressaram no Brasil nos últimos dez anos via financiamento dos dois bancos, "o país pagou US$ 13,5 bilhões a título de principal da dívida, US$ 7,9 bilhões de juros e US$ 228 milhões de comissões, uma sangria superior a US 11,6 bilhões", afirmou.

Na opinião do senador, como todas as operações de crédito internacional são avalizadas pela União, o BNDES poderia muito bem ser o elo de ligação entre o governo e os bancos multilaterais, tornando os financiamentos mais ágeis e acessíveis e reduzindo-lhes o custo. Além disso, o BNDES "teria maiores e melhores condições de cuidar do planejamento macro dos interesses e prioridades nacionais", acrescentou.

O momento seria oportuno à implementação da proposta, conforme João Rocha, porque os dois bancos internacionais estão, mais uma vez, redirecionando suas prioridades perante os países em desenvolvimento como o Brasil. Criados com o objetivo de equilibrar as balanças de pagamento dos países ricos no pós-guerra, o BIRD e BID passaram a gerenciar programas de estabilização, apoiando programas de reformas estruturais coadjuvados pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), observou. O senador salientou que, hoje, os próprios dirigentes das instituições reconhecem que elas não lograram êxito no combate à pobreza.

10/07/1997

Agência Senado


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