JOÃO ROCHA SUGERE QUE GOVERNO FAÇA PARCERIAS PARA ESTIMULAR A CONSTRUÇÃO CIVIL



O senador João Rocha (PFL-TO) sugeriu que o governo federal, estados e municípiosapresentem programas de ação para estimular parcerias com a iniciativa privada no sentido de reverter o quadro negativo da construção civil no Brasil, gerando empregos eaumentando a oferta da casa própria.

A seu ver, a falta de investimentos na construção de moradias para a população de baixa renda, assim como na construção de rodovias, ferrovias, de centrais de energia elétrica, no saneamento básico e nos sistemas de irrigação agrícola - que se configuram algumas das principais carências do país - é uma das maiores causas da estagnação econômica, uma vez que estas áreas não oferecem postos de trabalho para um grande contingente da mão-de-obra.

- Quando o Estado investe no setor de obras públicas advém reflexo imediato na economia como um todo. No Brasil, a construção civil, com todos os seus segmentos reunidos, movimenta cerca de 15% do PIB nacional e emprega mais de um milhão de brasileiros, mesmo na situação atual - enfatizou o senador, lamentando a falta de decisão política para mudar o quadro.

João Rocha disse estar ciente de que o governo federal não tem recursos para investir nessas prioridades, lembrando, no entanto, que o poder público pode e deve agir como agente catalisador para impulsionar o desenvolvimento sem onerar os cofres públicos. A seu ver, a iniciativa do governo federal, através da Caixa Econômica Federal, de viabilizar a liberação de recursos para o setor habitacional não resolve o problema de maneira estrutural, porque falta "a contrapartida de estados e municípios em escala que permita criar em todo o país um mutirão da casa própria, por exemplo, para atender a demanda".

CLASSE MÉDIA

O déficit de moradias no Brasil é atualmente de 10 milhões de casas, informou João Rocha, lembrando que "há um enorme atraso a ser recuperado". Na sua opinião, a classe média também tem sido duramente atingida pela crise da construção civil e passa por uma "espécie de buraco negro,para o qual o efeito do colapso da construtora Encol, entre outros, foi devastador porque afetou a credibilidade do mercado".

A propósito, ressaltou João Rocha, o Estado e seus órgãos controladores deveriam tomar providências imediatas a favor das pessoas lesadas. Segundo ele, o poder público compactuou com a crise quando não procurou coibir o abuso praticado, deixando a bomba estourar nas mãos dos clientes".

O senador acrescentou que, apesar da fragilidade do sistema financeiro habitacional do país, o governo federal tenta recuperar a confiança e fortalecer a atividade da construção civil. Ele citou o novo Sistema de Financiamento Imobiliário, o SFI, como um passo importante para impulsionar esse segmento porque "abre-se uma porta para que as entidades privadas de financiamento invistam no setor".



05/08/1998

Agência Senado


Artigos Relacionados


JOÃO ROCHA SUGERE FINANCIAMENTO PÚBLICO PARA CAMPANHA ELEITORAL

Governo deve colaborar com iniciativa privada para estimular crescimento, diz João Vicente Claudino

JOÃO ROCHA APELA AO GOVERNO PARA QUE ESTIMULE A AGROINDÚSTRIA

JOÃO ROCHA PEDE ATENÇÃO DO GOVERNO PARA SETOR TÊXTIL

Governo propõe ações ambientais para construção civil

JOÃO ROCHA ELOGIA EDUCAÇÃO NO GOVERNO FHC