JOEL DE HOLLANDA ELOGIA DISCURSO DE POSSE DO MINISTRO CELSO LAFER
O discurso de posse do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Celso Lafer, foi elogiado nesta sexta-feira (dia 8) pelo senador Joel de Hollanda (PFL-PE). Enaltecendo as qualidades do novo ministro, o parlamentar destacou as três vertentes que embasaram o pronunciamento de Lafer: a modernização econômica, a dignidade social e o fortalecimento das instituições políticas.O senador destacou o brilhantismo intelectual do ministro. Para Joel de Hollanda, a longa e rica vivência empresarial de Lafer, aliada à sua formação acadêmica "estreitamente ligada aos temas do desenvolvimento brasileiro", possibilita a ele uma "perfeita compreensão quando situa o nosso país no contexto internacional globalizado". O senador destacou também a análise fidedigna das novas relações de produção e de poder vigentes no mundo, manifestada no pronunciamento do novo integrante do governo.Segundo o parlamentar - que pediu a transcrição, nos anais do Senado, do discurso do ministro -, Lafer deixou claro, ao falar durante sua posse, que a globalização da economia evidencia a necessidade de integração dos sistemas econômicos latino-americanos.- Assim, diante da enorme concorrência imposta pela mundialização, as economias regionais necessitam urgentemente fazer um grande esforço pela sustentação da produção, do crescimento, do controle das contas públicas, da geração de empregos, do aumento da competitividade, de novos patamares de produtividade e, sobretudo, pela reforma total e rápida do Estado - afirmou o senador, comentando o discurso do ministro.Para Joel de Hollanda, o ministro mostrou que as razões dessa integração decorrem de um "impressionante movimento do livre comércio em todo o mundo", que conta com a inclusão de dois bilhões de novos consumidores - os habitantes da China e da Europa Oriental - e ainda novas idéias, novos padrões de qualidade e novas tecnologias.Segundo o senador, é cada vez mais forte a consciência de que é preciso construir novas sociedades baseadas na liberdade econômica e na expansão da participação social. Mas, para ele, é preciso que haja alguns freios, a fim de que esse processo não se realize sem controles, sem normas e sem regras.- Pode-se depreender claramente, pelo discurso do ministro, que o Estado, na economia globalizada, deixou de ser empresário, deixou de ser intervencionista e, cada vez mais, está se tornando regulador de grandes questões e dos processos econômicos - disse o parlamentar.Joel de Hollanda destacou a defesa, por parte do ministro, de uma maior integração entre os poderes Executivo e Legislativo. Para o senador, é necessário que o Congresso Nacional compreenda melhor e interprete com mais profundidade a realidade nacional. Por outro lado, cabe ao governo federal sair de seu isolamento e colocar em discussão suas linhas de ação.As "profundas raízes e laços na iniciativa privada" de Lafer foram ressaltadas pelo senador. Ele citou as palavras do próprio ministro, que destacou a participação de sua família, há mais de cem anos, no desenvolvimento industrial do Brasil. Em aparte, o senador José Eduardo Dutra (PT-SE) saudou a "visão geral" manifestada no discurso do colega parlamentar, mas afirmou que a criação do novo ministério não evitará o agravamento das desigualdades regionais no país, caso continue a "política econômica com pressupostos neoliberais" aplicada pelo atual governo.Dutra lamentou ainda que jornais, notadamente os editados em São Paulo, omitam sistematicamente que Lafer integrou o ministério de Fernando Collor, enquanto repetem com ênfase que o senador licenciado Renan Calheiros (PMDB-AL), atual ministro da Justiça, tenha sido líder daquele governo.Joel de Hollanda concluiu seu pronunciamento, afirmando que a criação do novo ministério é um indicador de que o presidente da República está atento ao que se passa no país e que vai atuar em favor da geração de emprego e da melhoria de renda da população.
08/01/1999
Agência Senado
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