Jogos Pan-Americanos promoverão imagem do Brasil no exterior, prevê ministro



A realização, no Rio de Janeiro, da 15ª edição dos Jogos Pan-Americanos, em julho, ajudará a promover a imagem do Brasil no exterior e a incluir o país no circuito dos grandes eventos esportivos internacionais, disse nesta terça-feira (19) o ministro do Esporte, Orlando Silva. Esses foram os principais argumentos usados por ele, em audiência pública promovida pela Comissão de Educação (CE), para responder às preocupações dos senadores com os R$ 3,6 bilhões investidos na realização do evento.

- Tenho a convicção de que os Jogos Pan-Americanos serão um sucesso fantástico. Mas não devemos nos embriagar por esse sucesso. Devemos ser rigorosos na avaliação de tudo o que ocorreu desde 2002 - afirmou Silva, referindo-se ao ano em que se decidiu a realização dos jogos no Rio.

Dos R$ 3,6 bilhões gastos, informou o ministro, aproximadamente a metade terá sido investida pelo governo federal - aí incluídos o financiamento da Caixa Econômica Federal para a construção da Vila Olímpica e a ajuda ao governo estadual para a reforma do ginásio do Maracanãzinho. A prefeitura do Rio de Janeiro investirá um terço do total. O restante será dividido entre o governo estadual e o Comitê Olímpico.

O ministro admitiu que o planejamento inicial foi "pouco consistente". As despesas com segurança, por exemplo, teriam sido subestimadas. A seu ver, porém, "não é detalhe" o fato de o Brasil passar a contar com instalações esportivas de nível mundial. Ele observou que a imagem da Alemanha mudou para melhor após a realização da Copa de 2006 e recordou que várias goteiras prejudicaram a recente realização, em São Paulo, do campeonato mundial de basquetebol.

- Chovia dentro da quadra, o que expunha os atletas e desmoralizava o país - lembrou Silva, após informar que serão realizados no Brasil, até o ano que vem, os torneios mundiais de judô e futebol de salão, além dos Jogos Mundiais Militares.

O primeiro senador a demonstrar preocupação com o orçamento dos Pan-Americanos foi Inácio Arruda (PCdoB-CE), que apresentou o requerimento para a realização da audiência. Ele pediu ainda ao ministro maiores informações sobre o programa Segundo Tempo, por meio do qual são patrocinadas práticas esportivas no horário complementar ao das atividades escolares. Segundo Silva, 650 mil crianças serão atendidas até o final do ano.

O senador Wellington Salgado (PMDB-MG), co-autor do requerimento, elogiou a qualidade dos equipamentos esportivos e previu que o Pan mostrará ao mundo "uma nova cara do Brasil". A melhor conseqüência da realização dos jogos, disse a senadora Rosalba Ciarlini (DEM-RN), será o estímulo à prática esportiva em todo o país. Por sua vez, a senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) pediu maior integração entre os Ministérios do Esporte, da Educação e da Cultura, além da criação de uma subcomissão destinada aos esportes.

Ao lembrar a possível realização da Copa do Mundo no Brasil, em 2014, a senadora Ideli Salvatti (PT-SC) disse que Florianópolis está empenhada em se tornar uma das cidades-sede da competição. O senador Wilson Matos (PSDB-PR) questionou o grande investimento feito em uma só cidade para os Pan-Americanos. Os R$ 3,6 bilhões, contabilizou, poderiam ser suficientes para construir 50 mil quadras poliesportivas em todo o país. Ao presidir a reunião, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) elogiou o ministro por mostrar "competência e entusiasmo".

19/06/2007

Agência Senado


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