José Agripino condena aumento da dívida brasileira




O senador José Agripino (DEM-RN), em pronunciamento nesta quinta-feira (1º), manifestou preocupação com a elevação contínua da dívida interna brasileira e a falta de cortes nas despesas públicas. Ele alertou que o país pode entrar numa crise semelhante à europeia. Segundo o parlamentar, o pagamento de juros da dívida pública consumiu R$ 235 bilhões nos últimos doze meses, enquanto a saúde, classificada como "grande chaga nacional", recebeu R$ 70 bilhões em 2011.

- Estamos falando de R$ 235 bilhões em juros que se evaporam sem prestar serviço a brasileiro nenhum - lamentou o senador.

José Agripino contestou a crença de que o Brasil estaria "blindado" contra a crise mundial, avaliando que os juros altos refletem desconfiança no país. O senador citou o exemplo da Itália, que tem uma dívida nacional maior que o produto interno bruto (PIB), mas conseguia financiar seus gastos públicos graças à confiança dos investidores. Com a crise do euro, segundo salientou Agripino, a Itália foi obrigada a elevar juros e promover reformas econômicas.

- Assumiu um novo primeiro-ministro, que vai ter que impor restrições à sociedade italiana, vai ter que cortar gasto público e vai ter que aumentar receita para ter um superávit maior a fim de tentar administrar a dívida pública. A mesma coisa pode acontecer conosco. A dívida interna do Brasil está beirando os R$ 2 trilhões - alertou.

Segundo o senador, a redução da taxa de juros em meio ponto percentual, para 11% ao ano, anunciada pelo Copom na noite de quarta-feira (30), não vem acompanhada de qualquer medida do governo para conter o gasto público. Para Agripino, o Brasil "continua na gastança".

- Ou o governo racionaliza a qualidade do seu gasto público, ou o Brasil pode chegar a uma situação parecida com a que a Itália está vivendo neste momento - alertou o senador, que também chamou atenção para o déficit na balança comercial brasileira.

Ao iniciar o pronunciamento, José Agripino afirmou que a votação da DRU está condicionada à disposição do governo a votar a regulamentação da Emenda 29, matéria que considerou "clamor da nação brasileira".



01/12/2011

Agência Senado


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