JOSÉ IGNÁCIO: ANTONIO KANDIR INSULTA A REPRESENTAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO



Ao apelar hoje (10) para que o ministro do Planejamento, Antonio Kandir, inclua o Espírito Santo como pólo integrador de mercados com o Brasil e com o exterior, o senador José Ignácio Ferreira (PSDB-ES) disse que o comportamento desse integrante do governo "é um insulto à representação do estado e um desrespeito à autoridade do presidente Fernando Henrique Cardoso".

José Ignácio informou que, desde o lançamento do programa Brasil em Ação, sentia-se inconformado com o alijamento do seu estado das estratégias que fixam as ações do governo até 1999. Em razão disso, toda a bancada federal do seu estado teve algumas audiências com o presidente da República, e o próprio José Ignácio chegou a detalhar para o chefe do governo a infra-estrutura básica e a capacidade de crescimento do Espírito Santo.

No último desses encontros, narrou o senador, o presidente determinou ao ministro Kandir que examinasse o pedido de inserção do Espírito Santo no programa Brasil em Ação, e desse uma resposta à bancada capixaba. Até agora, contudo, informou José Ignácio, o ministro não se dirigiu a nenhum desses parlamentares. "A omissão do ministro é indesculpável e agride o interesse do meu estado", disse o senador.

Segundo José Ignácio, enquanto o ministro silencia sobre projetos fundamentais para a inclusão do Espírito Santo no novo desenho econômico do país, em outros estados vão sendo fortalecidas economias concorrentes. "Assim é feito com Sepetiba, no Rio de Janeiro, que consta do plano Brasil em Ação, em detrimento do Porto de Barra do Riacho, no Espírito Santo, que ficou de fora".

O senador admitiu ter respeito e consideração pelo ministro do Planejamento, mas ressalvou que não é a primeira vez que se prejudica o seu estado. Na opinião do senador, "há trincheiras cavadas na burocracia deste governo para resistir às tentativas de integrar o Espírito Santo à nova realidade econômica do país e do mundo".

O parlamentar disse que seu estado não quer cobrar a conta do passado, mas continuará lutando. "Nós vamos continuar enfrentando a discriminação e o preconceito dos que lutam para eternizar desníveis que produziram essa federação de faz-de-conta, essa federação aleijada, que tem a lógica do privilégio", argumentou José Ignácio.

Em aparte, o senador Gérson Camata (PMDB-ES) disse ser da geração que viu o Espírito Santo crescer, não desejando vê-lo agora sufocado pelo governo federal. Elcio Alvares (PFL-ES) afirmou que "o tratamento dispensado em algumas áreas ministeriais não está à altura do comportamento do presidente da República com os senadores". E Ramez Tebet (PMDB-MS) também afirmou que "muitos integrantes do governo não têm a postura do seu chefe".

10/12/1997

Agência Senado


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