José Jorge diz que eleições estarão comprometidas se origem do R$ 1,7 milhão não for revelada



O senador José Jorge (PFL-PE) disse, em pronunciamento em Plenário, esperar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva revele no debate da TV Globo, na noite desta quinta-feira (28), a origem do R$ 1,7 milhão apreendido pela Polícia Federal que seria usado para a compra de um dossiê contra candidatos tucanos. Para o senador, a eleição de 1o de outubro terá sua legitimidade comprometida se esse episódio não for totalmente explicado até ao dia do pleito.

- Lula tem que dizer no debate de onde veio esse dinheiro. Se Lula for ao debate apenas para usar de seu charme pessoal e tentar enganar a população menos favorecida, é melhor que nem vá. Se as eleições forem realizadas sem que seja revelada a origem de R$ 1,7 milhão, elas estarão viciadas - disse.

O parlamentar registrou que os senadores Tasso Jereissati (PSDB-CE) e Heráclito Fortes (PFL-PI) foram, na manhã desta quinta, ao Banco Central, buscar informações sobre o rastreamento do dinheiro apreendido. No entanto, segundo José Jorge, os senadores foram avisados de que, até o momento, não teria chegado ao Banco Central nenhum pedido da Polícia Federal ou do Ministério da Justiça para rastreamento da origem do dinheiro apreendido.

- Já faz quinze dias que a Polícia Federal apreendeu o dinheiro e os avanços na investigação foram pífios. Os jornais de hoje apresentam a participação do coordenador de campanha do Aloizio Mercadante [candidato ao governo de São Paulo], mas os petistas que estavam com dinheiro eram amigos pessoais de Lula, engajados na campanha presidencial -afirmou.

José Jorge lembrou que a minirreforma eleitoral, aprovada este ano pelo Congresso e admitida pelo Tribunal Superior Eleitoral para estas eleições, determina que, se comprovado o abuso de poder econômico nas campanhas eleitorais, com uso de recursos não contabilizados, será cancelado o registro da candidatura ou cassado o diploma.

O senador frisou a importância de um segundo turno nas eleições presidenciaispara que haja tempo de as instituições explicarem o "episódio dossiê", além de ampliar o debate dos temas nacionais.

Em apartes, os senadores Sérgio Guerra (PSDB-PE), Heráclito Fortes (PFL-PI) e João Batista Motta (PSDB-ES) apoiaram o discurso de José Jorge.

28/09/2006

Agência Senado


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