José Jorge diz que TCU justificou sua preocupação com cartão corporativo



O senador José Jorge (PFL-PE) afirmou nesta quinta-feira (25) que o Tribunal de Contas da União (TCU) acaba de justificar a inquietação por ele manifestada contra os cartões corporativos utilizados por funcionários do governo. Baseado em noticiário da imprensa, ele disse que o TCU mandou o governo controlar esses cartões, para evitar a prática de abuso por funcionários.

- O TCU acaba de reconhecer que nossa preocupação era procedente. A alegação de que a abertura da fatura colocaria em risco a segurança de mandatários mostrou-se inconsistente. Com o cartão, este ano, o governo gastou em oito meses o que gastou em doze meses do ano passado. Portanto, esse gasto com cartão, além de crescente, é progressivo.

José Jorge lembrou que, recentemente, apresentou requerimento para que a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado solicitasse ao TCU uma auditoria na Casa Civil, para examinar a concessão e utilização de cartões de crédito corporativos por servidores da Presidência da Republica, no pagamento de despesas do Poder Executivo.

- Embasei minha solicitação em notícias de que a movimentação dos cartões já alcançava a cifra de R$ 1,5 milhão em despesas variadas. Minha intenção sempre foi a de garantir a lisura na utilização de cartões corporativos, que foram implantados no governo anterior por recomendação do TCU, de modo a garantir a transparência dos gastos públicos.

O senador contou que, ao submeter seu requerimento à CCJ, o líder do governo, Aloizio Mercadante (PT-SP), apresentou voto em separado, alegando que o pedido era inconstitucional, pois a divulgação de gastos já fiscalizados pela Controladoria Geral da União poderia comprometer a segurança do chefe de Estado e dos demais membros do alto escalão do governo, que merecem proteção constitucional.

José Jorge disse ter retrucado com o argumento de que o decreto que regulamentou a utilização dos cartões fala de passagens aéreas e compra de material de serviço. Além disso, segundo a revista Veja, o maior montante de gastos, no valor de R$ 630 mil, foi de responsabilidade de um funcionário lotado no Departamento de Documentação do Palácio do Planalto, disse.

No mesmo discurso, o senador pediu que os líderes governistas tenham maior consideração com as ações dos líderes da oposição. Ele lembrou que já esteve no governo e conhece as dificuldades da administração pública, assim como os riscos de eventuais abusos.

- Espero que os atos de truculência empregados pela liderança do governo nessa Casa, quando da votação da matéria no âmbito da CCJ, não venham a se repetir. Atitudes como aquela não enobrecem o Senado e depõem contra a boa conduta parlamentar.



25/11/2004

Agência Senado


Artigos Relacionados


José Jorge registra mudanças na utilização do cartão corporativo

Legislação prevê gastos sigilosos com cartão corporativo, afirma Jorge Félix

José Jorge manifesta preocupação com novo sistema de avaliação do ensino superior

Mau uso do cartão corporativo revela a "pontinha do iceberg", diz Heráclito

Valter Pereira diz que cartão corporativo é a porta da corrupção

Sessão se encerra com comentários sobre o cartão corporativo